O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 3,8 bilhões para a implantação da usina termelétrica Portocém I (1,6 GW), movida a gás natural, na cidade de Barcarena, no Pará. A construção está entre as obras do Novo PAC e inclui a construção de uma linha de transmissão de 3,8 quilômetros, que será conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Em nota, o BNDES destacou que coordenou a emissão de R$ 4,5 bilhões em debêntures simples, subscrevendo R$ 3,8 bilhões, recursos que serão destinados para obras civis, aquisição de máquinas, montagens, instalações e equipamentos.
Segundo a instituição financeira, Portocém atuará como backup do Sistema Interligado Nacional, com energia despachada somente em momentos de pico de demanda de potência e/ou em substituição de usinas indisponíveis.
“O gás natural vem ganhando importância crescente na matriz elétrica brasileira por tratar-se de um combustível menos poluente, devido à baixa concentração de contaminantes em sua composição. Em comparação ao carvão ou óleo, emite significativamente menos gases de efeito estufa. Isso faz com que projetos como Portocém sejam uma opção mais sustentável, mantendo a matriz energética brasileira mais limpa”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Portocém
O projeto tem valor total de investimento estimado em R$ 5,4 bilhões. A fonte de energia primária será o gás natural proveniente do Terminal de Importação e Regaseificação de GNL, com capacidade de 15 MM m 3 /dia, da Centrais Elétricas Barcarena S.A. (Celba I), pertencente à New Fortes Energy, e que já está em operação.
Inicialmente, o projeto era para ser instalado em Caucaia, no Ceará. Em 2023, a New Fortress Energy (NFE) assumiu o projeto e em março de 2024 obteve junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o aval para transferir a usina para Barcarena, no Pará. Assim, poderia abastecer a planta com o gás natural liquefeito (GNL) de seu próprio terminal, no mesmo município.
A usina foi a maior vencedora do único leilão de reserva de capacidade realizado até o momento, em 2021, mas a operadora inicial, Ceiba Energy enfrentava dificuldades para garantir o abastecimento da planta. A previsão de operação do projeto é 2026.
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