Petroleiras europeias

Brasil está entre principais destinos de investimentos de Equinor, Repsol e Galp

País também se destacou na geração renovável global da Equinor

FPSO Bacalhau no estaleiro Dalian na China / Crédito: Equinor
FPSO Bacalhau no estaleiro Dalian na China / Crédito: Equinor

Com grandes projetos em desenvolvimento em petróleo e gás, como o Projeto Raia e Bacalhau, o Brasil está entre os principais destinos de investimentos das petroleiras europeias Equinor, Repsol e Galp.

As informações são dos relatórios de resultados do segundo trimestre de 2024 das companhias. Além de investimentos expressivos em óleo e gás, a norueguesa Equinor destacou os investimentos em renováveis no Brasil, que ganharam mais importância em sua carteira após a aquisição da Rio Energy. A Galp, por sua vez, desistiu de implementar 24 parques de geração solar fotovoltaica para priorizar a disciplina financeira.

Equinor: investimentos em fósseis e em renováveis

A estatal norueguesa relatou que os investimentos orgânicos de capital no segundo trimestre do ano somaram US$ 2,9 bilhões, ante US$ 2,3 bilhões no mesmo período do ano passado, sendo que as despesas ajustadas para exploração fora da Noruega somaram US$ 151 milhões, contra capitalização de US$ 173 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, boa parte dos investimentos no último trimestre foram para o campo de Bacalhau, localizado na Bacia de Santos e operado pela Equinor, com previsão de início de operação para 2025.

No Brasil, em óleo e gás, a Equinor também opera o Projeto Raia e o campo Peregrino na Bacia de Campos, além de ter participação no campo de Roncador, na Bacia de Campos.

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Em relação a energia renovável, Brasil é um dos maiores responsáveis pela alta na geração solar da Equinor. A empresa teve alta global de 90% na geração renovável na comparação com o segundo trimestre de 2023, atingindo 655 GWh. Deste total, 347 GWh foram produzidos em usinas onshore, com destaque para os ativos da Rio Energy e a inauguração do complexo de Mendubim, no Brasil, além de um campo na Polônia.

No segundo trimestre de 2024, a Equinor registrou lucro líquido de US$ 1,87 bilhão, com crescimento de 2% em relação ao mesmo período de 2023. A empresa produziu 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com acréscimo de 3% na comparação anual.

A geração elétrica total foi de 1 GWh, com aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2023. Deste total, 655 GWh vieram de fontes renováveis, cuja produção aumentou 90% na base anual.

Repsol mantém investimentos sólidos no Brasil

A espanhola Repsol investiu 79 milhões de euros no Brasil no segundo trimestre do ano, o equivalente a 14% do montante global destinado à produção. No semestre, o valor aplicado no país foi de 158,9 milhões de euros, também equivalente a 14% do investimento global para desenvolvimento de ativos.

No segundo trimestre de 2024, a Repsol teve lucro líquido de 657 milhões de euros, com aumento de 113,3% em relação aos 308 milhões de euros registrados no mesmo período de 2023. A produção foi de 589 mil barris de óleo equivalente por dia, com redução de 1,2% na comparação anual.

Desde 2010, a Repsol opera no Brasil por meio da joint-venture com a Sinopec, em que tem 60% de participação. A Repsol Sinopec tem participação nos campos de Albacora Leste, operado pela Prio na Bacia de Campos, e Lapa e Sapinhoá, localizados no pré-sal da Bacia de Santos e operados respectivamente pela TotalEnergies e Petrobras.

A empresa também faz parte do consórcio do projeto Raia, operado pela Equinor com previsão de operação para 2028, e participa do consórcio exploratório de Sagitário, operado pela Petrobras.

Galp cresce no Brasil e na Namíbia

A portuguesa Galp investiu no segundo trimestre de 2024 um total de 124 milhões de euros em upstream, com destaque para projetos no Brasil e na Namíbia. Considerando o primeiro semestre do ano, o Brasil recebeu 273 milhões de euros em investimentos para exploração e produção de petróleo, de um total de 564 milhões de euros investidos globalmente.

O principal ativo em desenvolvimento no país é o campo de Bacalhau, operado pela Equinor e com previsão de início de operação em 2025. No país, a Galp também opera por meio da joint-venture com a Sinopec Petrogal Brasil, que participa de consórcios no pré-sal da Bacia de Santos e em campos nas Bacias de Santos e Campos.

No segundo trimestre de 2024, a Galp registrou lucro líquido de 362 milhões de euros, o que representa um aumento de 44,2% na comparação anual.  A produção petrolífera foi de 106 mil barris de óleo equivalente por dia, o que representa uma redução de 9% na comparação anual.

A geração renovável da Galp foi de 779 GWh, com pouca variação em relação aos 775 GWh gerados no segundo trimestre de 2023. No relatório do segundo trimestre de 2024, a empresa indicou ter desistido de 24 projetos de geração solar no Brasil.