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Cargill compra SJC bioenergia e mira expansão da atuação em renováveis

Cargill - Divulgação
Cargill - Divulgação

A Cargill comprou 50% de participação na SJC Bioenergia detida pela empresa e pela NK 152 Empreendimentos e Participações. A aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e torna a Cargill a única acionista e controladora unitária da SJC.

O acordo foi anunciado pela Cargill em fevereiro e estava sujeita à aprovação do Cade e ao cumprimento das condições previstas no contrato, segundo a empresa.

“Ao celebrar 60 anos de operações no Brasil, a Cargill continua acreditando e investindo no País e na agricultura brasileira. Nos últimos anos investimos mais de R$ 6,8 bilhões em nossas operações e, se concretizada após a devida aprovação dos órgãos reguladores, ter a SJC como uma empresa 100% controlada pela Cargill é um reforço importante em nossa estratégia de crescimento em energias renováveis”, afirmou Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil, em comunicado divulgado em fevereiro.

A empresa de bioenergia

Joint venture fundada em 2011, a SJC era uma parceria entre a Cargill e Usina São João (USJ), que passou a ser controlada pela NK 152, que reúne credores da empresa que assumiram o negócio depois que a USJ passou por um processo de recuperação judicial, concluído em 2022. A SJC atua na produção de açúcar, etanol (anidro e hidratado), energia elétrica, óleo vegetal e insumos para pré-misturas para nutrição animal, através do mercado nacional e internacional. A empresa está localizada no estado de Goiás, com duas unidades agroindustriais: Cachoeira Dourada (Usina Rio Dourado) e Quirinópolis (Usina São Francisco).

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Atualmente, a empresa produz mais de 650.000 MWh de energia elétrica por ano e, deste total, consegue injetar no sistema elétrico brasileiro 430.000 MWh, o suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes, conforme informações do site da SJC Bioenergia.

Argumentos ao Cade

Em seu pedido ao Cade, a Cargill argumentou que a compra representa uma oportunidade de maximizar o valor de seu investimento na SJC e de permanecer alinhada com sua intenção de apoiar o processo global de transição energética por meio de matérias-primas de baixo carbono, mantendo seu negócio atual de biocombustíveis.

A NK 152, por sua vez, disse que a operação representa uma oportunidade para desinvestir das quotas da SJC que foram recebidas como forma de pagamento de dívida no contexto da recuperação judicial do grupo USJ.

A NK 152 é uma holding não operacional, que possui atuação no Brasil apenas por meio de sua participação societária na SJC. A NK 152 é integralmente detida pelo Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia BBFI, que não possui demais investimentos no Brasil.