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Cenário hídrico e diversificação de ativos ajudam a puxar lucro da AES Brasil no 3º tri

A AES Brasil teve lucro líquido de R$ 102,6 milhões no terceiro trimestre do ano, retração de 76,1% na comparação com o resultado do terceiro trimestre de 2021. No período, porém, o resultado da companhia foi afetado positivamente pelo reconhecimento de um crédito fiscal de R$ 532,6 milhões. Desconsiderando os eventos não recorrentes, o trimestre entre julho e setembro do ano passado teria um prejuízo de R$ 103,1 milhões.

Cenário hídrico e diversificação de ativos ajudam a puxar lucro da AES Brasil no 3º tri

A AES Brasil teve lucro líquido de R$ 102,6 milhões no terceiro trimestre do ano, retração de 76,1% na comparação com o resultado do terceiro trimestre de 2021. No período, porém, o resultado da companhia foi afetado positivamente pelo reconhecimento de um crédito fiscal de R$ 532,6 milhões. Desconsiderando os eventos não recorrentes, o trimestre entre julho e setembro do ano passado teria um prejuízo de R$ 103,1 milhões.

“Estamos muito felizes, esses números são importantes e mostram a concretização da nossa estratégia”, disse Alessandro Gregori, diretor financeiro da AES Brasil. A receita líquida, na mesma base de comparação, cresceu 18,9%, a R$ 786,6 milhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, cresceu 207,5%, para R$ 283,8 milhões.

Segundo Gregori, números refletem a melhora do cenário hídrico, além dos investimentos feitos nos últimos anos pela companhia na diversificação de sua matriz, com crescimento expressivo em geração eólica e solar. Gradualmente, os projetos começaram a entrar em operação comercial e a gerar caixa. Ao fim do trimestre, a AES Brasil tinha 4,2 GW em operação, e mais de 1 GW em construção, referente aos complexos Cajuína e Tucano.

Além disso, a AES Brasil anunciou em agosto um acordo para compra dos complexos eólicos Ventos do Araripe, Caetés e Cassino, da Cubico Energia, totalizando 455,9 MW, por R$ 1,1 bilhão mais a assunção de R$ 928 milhões em dívida. Em outubro, foi concluído um aumento de capital de R$ 1,025 bilhão para custear a aquisição, cuja conclusão é prevista para o primeiro trimestre de 2023.

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A companhia tem ainda 1,5 GW em projetos de eólica e solar desenvolvidos, e trabalha para conseguir contratos de venda de energia (PPAs) de longo prazo que viabilizem esses empreendimentos. Segundo Gregori, mesmo assim, a AES estará atenta às oportunidades de mercado. “A diligência nas avaliações para aquisição de projetos acaba sendo um vetor de tomada de decisão mais importante do que a matriz de geração da companhia em si”, explicou.

“Praticamente todos os nossos projetos já têm a dinâmica de conexão equacionada, é mais uma questão de encontrar clientes que tenham interesse em pagar o preço que reflete capex e financiamento”, disse Gregori. O executivo se disse confiante de que as condições de financiamento vão começar a melhorar, o que vai ajudar a viabilizar esses projetos na carteira. “Temos a expectativa de uma política fiscal que vai garantir estabilidade no cenário macroeconômico, e a tendência é que o custo financeiro também caia”, disse.

A migração de consumidores para o mercado livre, que deve aumentar com a abertura gradual prevista pelo governo, também deve ajudar a viabilizar esses empreendimentos, segundo Gregori.