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Com maior adesão de solares a ‘dia do perdão’, eólicas devem ter antecipação, prevê Aeris

Dia do perdão: Com uma maior adesão de projetos solares no mecanismo excepcional para tratamento das outorgas de geração e Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (Cust), conhecido como o dia do perdão, os empreendimentos da fonte eólica podem sofrer uma antecipação, na visão de Alexandre Negrão, CEO da Aeris Energy, fabricante de pás eólicas.  “No dia do perdão, a gente pode ver que houve a anistia de 1,2 GW de energia eólica e uma regularização de 1,9 GW. E tivemos cerca de 9,8 GW de anistia para solar e 1,2 GW para regularização, e menciono esta questão da solar por que, com esse número elevado [de anistia], pode haver um espaço nas linhas de transmissões, o que pode ocasionar a antecipação de projetos de eólicas”, afirmou Negrão, durante a teleconferência de resultados da companhia realizada nesta sexta-feira, 11 de agosto.

Com maior adesão de solares a ‘dia do perdão’, eólicas devem ter antecipação, prevê Aeris

Com uma maior adesão de projetos solares no mecanismo excepcional para tratamento das outorgas de geração e Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (Cust), conhecido como o dia do perdão, os empreendimentos da fonte eólica podem sofrer uma antecipação, na visão de Alexandre Negrão, CEO da Aeris Energy, fabricante de pás eólicas. 

“No dia do perdão, a gente pode ver que houve a anistia de 1,2 GW de energia eólica e uma regularização de 1,9 GW. E tivemos cerca de 9,8 GW de anistia para solar e 1,2 GW para regularização, e menciono esta questão da solar por que, com esse número elevado [de anistia], pode haver um espaço nas linhas de transmissões, o que pode ocasionar a antecipação de projetos de eólicas”, afirmou Negrão, durante a teleconferência de resultados da companhia realizada nesta sexta-feira, 11 de agosto.

De acordo o CEO da Aeris, o setor eólico segue com uma demanda de 18 GW no Brasil, sendo que a companhia tem 6 GW em construção – relação de contratos da Aeris – o que demostra, em sua avaliação, que o país deve crescer no segmento nos próximos cincos e seis anos. Para 2023, a empresa espera que ultrapasse os 4 GW instalados no Brasil. 

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“Porém, é possível perceber que pode haver uma diminuição no ano de 2024 e 2025 devido aos juros ainda elevados e uma temporada de chuvas mais fortes do que a aquela dos últimos dois anos, ou seja, o PLD está muito baixo e temos uma economia, mesmo com sinais positivo, ainda baixa, além dos juros elevados. Então, você tem um custo de implementação alto e isso é o que resulta na nossa visão para esses anos”, disse Alexandre. 

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Mercado Internacional 

Em relação à retomada da demanda nas exportações, a Aeris Energy segue otimista e vê uma possível expansão das áreas de produção de equipamentos e de serviços para eólicas, que engloba a inspeção de produto, diagnóstico e a sugestão de métodos de reparo e execução.  

Para a companhia, entre os seus setores de atuação, a área de serviços deve ganhar maior relevância nos próximos anos, principalmente no mercado internacional, visto que o setor de eólicas está começando a ‘envelhecer’ e ter uma procura maior, principalmente, para as pás maiores. 

Além disso, a empresa vê com ‘apetite’ o mercado norte-americano, devido ao Inflation Reduction Act (IRA). No entanto, Alexandre Negrão, destaca que o programa de subsídios, anunciado a um ano atrás, ainda não tem forma, ou seja, ainda não foi 100% regulamentado. 

“O dinheiro, de certa forma, não está nas empresas. Não vimos isso se transformar em demanda. A gente está vendo o mercado americano que, ano passado, instalou 8 GW. Esse ano deve ficar em torno disso, com uma crescente apenas em 2024 e 2025, indo para 10 GW em 2026 e 2027”, afirmou. 

Ele ainda destacou que o backlog da empresa está focado em renovações e extensões de contratos, além da entrada de novos clientes, para os mercados interno e externo, podendo chegar a 6 GW nos próximos anos. 

Aeris 2T23 

A fabricante de pás eólicas Aeris reportou prejuízo líquido de R$ 19,1 milhões no segundo trimestre de 2023, reduzindo as perdas em relação aos R$ 28,6 milhões negativos registrados na mesma fase de 2022. 

Na teleconferência, Bruno Lolli, diretor de Planejamento e de Relações com Investidores da Aeris, afirmou que o resultado segue afetado pelos efeitos de uma estrutura de capital onerosa em um ambiente de elevada taxa de juros, e apesar da taxa de juros apresentar uma trajetória de queda, essa redução ainda é “modesta” quando comparada ao patamar atual da Selic.

Lolli destacou ainda que a projeção da companhia é de atingir melhores resultados no segundo semestre do ano, visto a possibilidade de queda nos juros, o que pode resultar em uma recuperação do lucro ainda neste ano.

A receita líquida no período foi de R$ 854,6 milhões, alta de 31,1% ao registrado no segundo trimestre do ano passado. A venda de pás eólicas foi responsável por R$ 801,46 milhões no trimestre, crescimento de 37,5% na mesma comparação, com a receita vinda totalmente do mercado interno. Segundo a empresa, os modelos de pás fabricados por ela podem ser utilizados em várias regiões do mundo, cabendo aos clientes a definição de seu destino. 

Os outros 6,2% foram destinados a serviços, que respondeu por R$ 53,14 milhões da receita, aumento de 236%. De acordo com Lolli, a fabricante assinou contratos relevantes para o segmento, principalmente nos Estados Unidos, e que envolveram atividades voltadas às pás e outros componentes, mas também no Brasil, que englobou soluções exclusivamente para o mercado de pás.  

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado do período foi de R$ 91,3 milhões no trimestre, alta de 36% ante o resultado obtido no mesmo período do ano anterior.  Já a dívida líquida aumentou 18,1% no trimestre, chegando a R$ 940,35 milhões.