A produção total de derivados da Petrobras no terceiro trimestre de 2022 recuou 9,4% na comparação com o mesmo intervalo de 2021, a 1,750 milhão de barris por dia (bpd). Na comparação com o segundo trimestre do ano, houve retração de 1,2%.
Já as vendas totais no mercado interno tiveram queda menos acentuada na base anual, de 7,6%, a 1,798 milhão de bpd, e aumento de 4,7% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Segundo a Petrobras, houve crescimento na comercialização de todos os derivados, principalmente o diesel, por uma questão sazonal do consumo, e gasolina, por conta da queda média do preço ao consumidor na comparação entre os períodos.
A retração na produção se deu por conta de paradas programadas ocorridas no trimestre, com impacto maior nas produções de diesel, QAV e nafta. Em relação ao terceiro trimestre de 2021, as vendas e produção foram menores por conta do desinvestimento da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), renomeada pelo Mubadala, seu novo dono, como Mataripe.
Mercado de diesel
Em relação ao diesel, a produção caiu 5,8% na base anual e recuou 2% na base trimestral, por conta de paradas programadas das unidades de destilação e coque da REPLAN, principal refinaria deste derivado.
Já as vendas do diesel tiveram aumento de 4,6% na comparação trimestral, devido à sazonalidade de consumo, normalmente mais elevada nesta época do ano por conta do planio da safra de grãos de verão e do aumento da atividade industrial. Na comparação anual, houve queda de 9,6% nas vendas, por conta do desinvestimento da RLAM e pelo aumento das entregas por outros produtores nacionais e importadores, além da redução do consumo de diesel para geração termelétrica.
Vendas de gasolina crescem
A produção de gasolina no trimestre somou 391 milhões de bpd, queda de 11,2% na base anual, mas aumento de 1,9% na comparação trimestral.
As vendas, por sua vez, caíram 8,2% em relação a igual período de 2021, mas cresceram 8% na comparação com o segundo trimestre deste ano, refletindo a redução de tributos sobre o derivado em julho, o que resultou em menores preços aos consumidores, e consequentemente, aumento do consumo da frota de veículos leves, pelo aumento da competitividade do derivado em relação hidratado.
Produção de óleo e gás em queda
A produção total de óleo e gás da Petrobras recuou 6,6% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, para 2,644 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). Na comparação com o segundo trimestre deste ano, a retração foi de 0,3%.
Considerando apenas a produção de petróleo no Brasil, a queda foi de 6,8% no trimestre na base anual, a 2.115 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). A produção no pré-sal caiu 3,8%, a 1,609 milhões de bpd, e a produção no pós-sal profundo e ultra profundo cau 13,4%, a 434 milhões de bpd.
Segundo a companhia, a retração na produção no período refletiu o impacto dos contatos de partilha de produção dos volumes do excedente da cessão onerosa de Atapu e Sépia, vigentes desde 2 de maio, com redução da participação da estatal nesses campos.
Além disso, houve efeito de declínio natural dos campos maduros, e a parada para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba, em 21 de maio, como parte do Projeto Integrado Parque das Baleias, que vai recuperar a produção com a transferência de poços para a plataforma P-58 e para uma nova plataforma, o FPSO Maria Quitéria, que deve iniciar a produção em 2024.
No trimestre, houve perda estimada com paradas manutenção e intervenções de 170 mil boed, em comparação com perdas de 251 mil boed no segundo trimestre deste ano.