A Renova Energia, que está em recuperação judicial, teve redução de 42,6% na geração do primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2023, atingindo 160 GWh. A companhia realizou sua teleconferência de resultados do período nesta quinta-feira, 16 de maio.
Segundo a diretoria da Renova, a menor geração ocorreu em função dos ventos mais fracos no trimestre e pela ocorrência de curtailment, que comprometeram mais de 6% da geração esperada para o período, o equivalente a 10,6 GWh. No primeiro trimestre de 2023, a empresa não teve curtailments.
A geração reduzida impactou a receita da empresa, que caiu 35,5% na comparação anual, a R$ 42,6 milhões. Outro fator que teve reflexo na receita da Renova foi a suspensão, em março de 2023, de um contrato com a Light que tinha um preço de venda “muito superior” ao atual, segundo o diretor financeiro da Renova, Vitor Hugo Silva. Ele explicou que o acordo está em disputa na Justiça para determinação se voltará a vigorar ou será extinto.
Conexão para Caetité prevista para segundo semestre
As obras de conexão do complexo solar Caetité, na Bahia, têm previsão de conclusão para o segundo semestre do ano. A informação foi passada pelo diretor de Novos Negócios, Regulação e Relações Institucionais da Renova, Sandro Yamamoto. Caetité já está completamente instalado, com 4,8 MWp de capacidade que será destinada à geração distribuída.
Em teleconferência realizada no começo de abril sobre o desempenho do quarto trimestre de 2023, o presidente da companhia, Sérgio Brasil, disse que a expectativa da empresa era que Caetité entrasse em operação no segundo semestre do ano passado e que, diante dos atrasos na conexão, a própria Renova faria as obras de ligação ao grid com posterior ressarcimento da distribuidora.
Além de Caetité, a Renova tem em desenvolvimento 7 GW de potência instalada em usinas eólicas e 2 GW em projetos solares. “Adicionalmente, ainda temos o Cluster Solar Caetité, com 420 MWp, que já está avançado, tendo em vista a disponibilidade de conexão”, disse Yamamoto.
Recuperação judicial
Em fevereiro de 2024, a Renova fez o pagamento dos credores classe III, no valor de R$ 10,3 milhões.
Após acordos com credores com garantia real (classe II), a empresa está finalizando a elaboração de aditivo ao Plano de Recuperação Judicial para uma nova extensão dos prazos e condições de pagamento. “A companhia continua discutindo o aditamento do plano para ter um reperfilamento”, disse o diretor financeiro Vitor Hugo Silva na teleconferência. Segundo a Renova, este aditivo para credores classe II não terá impacto para os demais credores da companhia.
Resultados
No primeiro trimestre de 2024, a Renova teve prejuízo líquido de R$ 61,9 milhões, ampliando o resultado negativo de R$ 44,4 milhões dos três primeiros meses de 2023. A receita líquida foi de R$ 42,6 milhões neste ano, contra R$ 66,1 milhões no primeiro trimestre de 2023.
Entre janeiro e março deste ano, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da companhia foi negativo em R$ 7 milhões, contra Ebitda positivo de R$ 20,9 milhões no mesmo período de 2023.