Com a opção de compra dos 50% restantes do capital social da Comerc Energia a partir de 2026, a Vibra Energia avalia que a empresa está entregando o que foi prometido na primeira fase da negociação.
O que a Vibra tem hoje “na mesa” é a opção de compra da Comerc, atrelada ao desempenho da companhia desde que o acordo foi fechado, destacou Ernesto Pousada, CEO da companhia. “Queria ressaltar, sim, que a Comerc já vem rodando um Ebitda de 12 meses de R$ 1 bilhão, que é um Ebitda bastante relevante e que, obviamente, a Vibra tem uma parcela de cerca de 50%. Além disso, já está com mais de 90% dos projetos entregues. A Comerc vem entregando, conforme prometido”, disse.
Em março de 2022, a Vibra Energia tornou-se titular de 30% das ações da Comerc Energia, após concluir a conversão de R$ 2 bilhões em debêntures. Dois meses depois, a empresa encerrou o exercício de compra de ações e passou a deter 48,7% de ações representativas do capital social da Comerc.
No primeiro trimestre de 2024, a Comerc totalizou 2 GW de geração instalada e correspondente a 94% previsto no plano de negócios inicial. Do total, 274 MWp de geração distribuída e 1,72 GWp em geração centralizada.
Do lado financeiro, o prejuízo da Comerc aumentou na comparação com o 1T23, a R$ 139,5 milhões. A receita operacional líquida superou R$ 1 bilhão no trimestre e o Ebitda (lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização) ajustado chegou a R$ 147,4 milhões.
Retorno sobre o capital investido
Na comparação trimestral, a companhia considera como positiva a trajetória de market share, com recuperação chegando ao final do trimestre em 22,3%, considerando as vendas totais de gasolina, etanol e diesel, o que referenda a sua estratégia de valorizar a capacidade logística, capilaridade e a carteira de clientes.
Com isso, a empresa alcançou um retorno sobre o capital investido de 17,6%, mesmo com uma redução nos volumes de vendas totais de -6,3% de combustíveis na comparação com o 1T23.
O resultado foi considerado positivo pela companhia, que conseguiu reduzir volatilidade a nos resultados e alcançar novos patamares de margens, mesmo diante dos estoques elevados de diesel S-10 no mercado – ocasionados especialmente pelo forte fluxo de diesel russo para o Brasil ao final do 4T23 e ao longo do 1T24.
“Tivemos uma dinâmica no primeiro trimestre bastante complexa. Foi muito produto entrando pelo Amapá com vantagem competitiva indevida e nós lutamos contra isso, ao mesmo tempo, que houve um excesso de produto por importação excessiva no final do ano passado. E, mesmo assim, conseguimos manter margens saudáveis e recuperar nosso market share ainda que gradualmente. A companhia vem demonstrando a capacidade de entregar”, completou Pousada.
Resultado consolidado
A empresa registrou lucro líquido de R$ 789 milhões no primeiro trimestre de 2024, um aumento de quase dez vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o trimestre anterior, no entanto, houve queda de 76,1% no lucro.
A receita líquida ajustada da companhia cresceu 1,4% na comparação com o 1T23, chegando a R$ 39,7 bilhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado foi de R$ 1,41 bilhão, alta de 104,9%. Desse valor, foi deduzida a recuperação tributária extraordinária (LC 192/2022) de R$ 535 milhões reconhecida adicionalmente, no 1T24, ao já registrado no 4T23.