O conselho de administração da Petrobras deve ter nova baixa, com a decisão do conselheiro Leonardo Pietro Antonelli de não ser reconduzido como indicado pelo acionista controlador na próxima assembleia geral extraordinária (AGE).
Com Antonelli, são cinco os conselheiros indicados pela União que declararam que não pretendem ser reconduzidos.
Segundo a Petrobras, a não recondução de Antonelli não impede que ele seja eventualmente indicado e eleito pelos acionistas minoritários, se houver solicitação de voto múltiplo.
Na terça-feira, 3 de março, a Petrobras informou que os conselheiros João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho recusaram o convite para serem reconduzidos. Os dois primeiros alegaram motivos pessoais para a decisão. Cunha, por sua vez, explicou que sua decisão foi baseada nas medidas tomadas pelo governo, que decidiu não indicar Roberto Castello Branco para ser reconduzido a mais um mandato de dois anos como presidente da estatal.
Em lugar de Castello Branco, a União indicou o general Joaquim Silva e Luna, hoje diretor-geral do lado brasileiro de Itaipu.
Esses conselheiros foram eleitos por voto múltiplo na assembleia de 2020, quando Castello Branco também foi eleito conselheiro, da mesma forma. Assim, a saída do executivo do colegiado implica nova eleição para a escolha de todos os demais integrantes escolhidos por voto múltiplo. Foram oito no total, o que significa que a União precisará indicar oito nomes para a assembleia.
Se um minoritário com participação acionária relevante (ao menos 5%) desejar, pode solicitar a eleição por voto múltiplo, que atribui a cada ação quantos votos sejam os cargos que serão preenchidos. No lugar de ter apenas um voto – e destinar à chapada da União, por exemplo -, cada acionista poderá votar para cada uma das vagas do conselho. Assim, aumentam as chances de eleição de conselheiros representantes de acionistas minoritários.