A contratação de 8 GW em novas termelétricas a gás natural pelos próximos 10 anos, determinada pela Medida Provisória (MP) 1.031, da privatização da Eletrobras, deve gerar um custo anual de R$ 18 bilhões para o Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir de 2030.
A conclusão é da análise Privatização da Eletrobras – Aprovação no Congresso Nacional, elaborada pela MegaWhat Consultoria, e que será apresentada ao vivo hoje, às 16h, para os assinantes da plataforma. Clique aqui e inscreva-se para assistir ao vivo.
A MP, que ainda não foi sancionada, determina a construção de 2.500 MW em termelétricas no Norte, 2.500 MW no Centro-Oeste, 1.000 MW no Nordeste e 2.000 MW no Sudeste, com cronogramas de entrada em operação começando em 2026, até 2030.
Nas projeções, a MegaWhat considerou uma inflexibilidade de 70% nas termelétricas, investimentos de US$ 800 por kW, o preço do gás de US$ 6,50 por milhão de BTU, um custo fixo anual de US$ 31/kW em operação e manutenção e a cotação do dólar de R$ 5,30. As contas não consideram a construção de gasodutos necessários para o abastecimento das centrais geradoras.
Esse custo estimado pela MegaWhat Consultoria equivale a um encargo de cerca de R$ 29,50/MWh, sendo que R$ 8/MWh estão relacionados aos custos de investimentos e os R$ 21,51/MWh restantes são relacionados aos custos de combustível e operação e manutenção.
Com essas premissas, há um espaço muito limitado para deságios nos leilões em que os projetos serão contratados. O preço-teto de referência determinado pela MP é equivalente ao do leilão A-6 de 2019. Atualizado, ele estaria em R$ 320,26/MWh. Ao mesmo tempo, a consultoria estima que o Índice de Custo Benefício (ICB), que é o parâmetro de competição dos leilões regulados para usinas contratadas por disponibilidade, seria de R$ 318,83/MWh.
