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Copel busca oportunidades de investimento em renováveis para dobrar carteira em até cinco anos

A Copel recebeu nesta terça-feira (20), em Porto Alegre, o prêmio de Maior Empresa do Paraná, no levantamento “500 Maiores do Sul”, realizado pela Revista Amanhã. – Curitiba, 21/11/2018 – Foto: Divulgação Copel
A Copel recebeu nesta terça-feira (20), em Porto Alegre, o prêmio de Maior Empresa do Paraná, no levantamento “500 Maiores do Sul”, realizado pela Revista Amanhã. – Curitiba, 21/11/2018 – Foto: Divulgação Copel

Depois de terminar 2021 com quase R$ 4 bilhões em caixa e uma dívida líquida inferior ao seu Ebitda ajustado do ano, a estatal paranaense Copel ainda busca oportunidades de investimento no mercado, com destaque para geração renovável eólica ou solar. O momento econômico complexo, contudo, dificulta essas operações, e a companhia não descarta aumentar a distribuição de dividendos em 2022 caso o cenário permaneça assim.

“Nossa preferência é sempre atrair e prospectar bons negócios”, disse Daniel Slaviero, presidente da Copel, durante teleconferência com investidores e analistas sobre os resultados de 2021. A companhia deve terminar 2022 com 900 MW em projetos das fontes eólica e solar em sua carteira, representando 13% do portfólio, e a meta é dobrar essa proporção nos próximos três a cinco anos, com a adição de novos ativos de geração à carteira.

A Copel distribuiu R$ 3,1 bilhões em proventos referentes ao exercício de 2021, um payout (percentual do lucro distribuído) de 65%, considerado “adequado” pela companhia. A prioridade é buscar oportunidades de investimentos, desde que façam sentido para sua estratégia. “Olhamos tudo que faz sentido dentro da nossa política. Precisa ter um tamanho mínimo de 50 MW para eólica e 100 MW para solar, preferencialmente brownfield“, disse Slaviero, usando um jargão em inglês para ativos operacionais. 

Em ativos greenfield, ainda não operacionais, a preferência neste momento é pela fonte solar, que é mais simples de implantar em tempo mais curto. 

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A estatal paranaense também vai participar do próximo leilão de transmissão, de olho nos maiores lotes, que envolvem linhas de transmissão que vão escoar a energia do Nordeste. Nesse caso, a companhia busca parcerias para compor consórcios com empresas de igual porte e expertise na área. 

“Mas não temos afobação ou pressa, o momento não é muito favorável para essas condições, e a questão da taxa de juros não está muito atrativa. Estamos olhando algumas oportunidades, mas com essa cautela. Se não tivermos projetos atrativos, com spread razoável em cima do nosso custo de capital, é melhor endereçar a questão por meio da distribuição de dividendos”, disse Slaviero.

A Copel obteve lucro líquido de R$ 396,2 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 64,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, refletindo, entre outros fatores, o aumento das despesas com compra de energia por conta da exposição ao GSF. A receita líquida subiu 16,6%, a R$ 6,6 bilhões. O Ebitda recuou 28% no período, a R$ 942,9 milhões.

Em 2021, o lucro líquido da companhia subiu 29,1%, a R$ 5 bilhões. A receita líquida cresceu 28,7%, para R$ 23,9 bilhões. O Ebitda, por sua vez, subiu 24%, a R$ 6,5 bilhões.

Após a pior crise hídrica da história em 2021, a Copel espera que o GSF “normalize” a partir de agora e volte a oscilar entre 18% a 20%. No longo prazo, a companhia enxerga preços de energia na faixa de R$ 170/MWh a R$ 180/MWh, subindo para até R$ 240/MWh no curto prazo.

A companhia tem ainda desinvestimentos pela frente. A empresa espera concluir a venda do controle da hidrelétrica Foz do Areia, de 1.676 MW de potência, até o último trimestre de 2023, a fim de garantir a renovação da sua concessão.

Além disso, estão em curso as tratativas para privatização da Compagás, na qual a Copel tem 51%. A Gaspetro e a Mitsui têm, cada uma, 24,5% da distribuidora de gás canalizado do Paraná. O grande desafio agora é renovar a concessão da companhia, o que deve acontecer em breve, mediante o pagamento de um bônus da outorga.

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