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CPFL defende 'sentar e discutir' contratos em eventual cenário de racionamento

CPFL defende 'sentar e discutir' contratos em eventual cenário de racionamento

A crise hidrológica atual é grave, mas um eventual racionamento ainda não está no cenário base da CPFL Energia, segundo o presidente Gustavo Estrella. Em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano, o executivo afirmou que um racionamento ou até mesmo uma racionalização de energia deveriam ter os efeitos nos contratos discutidos, para que o equilíbrio seja preservado.

“Vivemos o racionamento em 2001 numa situação de mercado completamente diferente. Dificilmente você consegue usar uma medida que se adeque à forma que o mercado está disposto hoje, com muito mais players, comercializadores, fontes diferentes”, disse Estrella.

Segundo ele, ainda que a complexidade seja muito maior hoje, os contratos das distribuidoras precisam ser preservados, assim como foi feito em 2001. “Não consigo ver nenhum outro cenário se não uma discussão parecida com a que tivemos em 2001, com medidas de compensação e reequilíbrio do contrato de concessão, pensando na própria sustentabilidade do setor no longo prazo”, completou.

Na geração, o desafio é maior ainda. “O impacto que teríamos em toda a cadeia do setor é tão grande, que não temos como enxergar um efeito isolado em um segmento ou outro”, disse. Para Estrella, os efeitos vão depender do tipo de geração, se ela tem contratado hedge hidrológico, se tem contratos no mercado livre ou cativo, entre outras variáveis.

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Por isso, seria necessário “sentar e discutir” com todo o setor. “De maneira isolada, acho que é difícil imaginar que você preserva a regulação como está para uns e para outros não. Vai desbalancear demais o impacto em cada segmento de negócio”, disse.

Se o cenário hídrico para 2021 é de atenção, para 2022, o executivo disse que o setor está “mais confortável”, devido à expectativa de entrada em operação de mais de 10 GW em nova geração, além do aumento da capacidade de transmissão. 

“Mas sabemos que o risco existe se continuarmos tendo piora da hidrológica, como atender a demanda no horário de pico. As iniciativas que o governo tem discutido para deslocar o consumo são o caminho para que a gente evite qualquer tipo de interrupção momentânea. Achamos que estamos na direção correta”, disse.

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