A CPFL Energia (CPFE3) chegou a um acordo para encerrar um litígio fiscal, por meio da qual a Receita Federal contestava a dedutibilidade de despesas reconhecidas pela CPFL Paulista referente ao déficit do fundo de pensão da Fundação Cesp.
Segundo a companhia, para que o processo seja extinto, será pago um valor de R$ 1,288 bilhão, sendo R$ 266,1 milhões com recursos já depositados judicialmente pela CPFL Paulista, e R$ 1,022 bilhão que poderá ser pago em até 60 parcelas mensais, com títulos precatórios comprados com deságio pela CPFL Paulista, representativos de R$ 1 bilhão.
Em relatório enviado a clientes, o Itaú BBA estima que a companhia registre uma perda contábil de R$ 1,022 bilhão no seu resultado do quarto trimestre de 2022, correspondente ao montante ainda não provisionado. A companhia não informou qual o deságio dos precatórios adquiridos, mas os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Karoline Correia estimam que o desconto pode ter sido de 10% a 20%. Com isso, a companhia pode registrar um ganho de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões no resultado do primeiro trimestre de 2023.
A projeção do Itaú BBA para o lucro da CPFL em 2022 era de R$ 5 bilhões, montante que deve cair para R$ 4,3 bilhões por conta do impacto negativo do acordo. Como a companhia tem uma posição confortável de endividamento e caixa, os analistas estimam a distribuição de 85% do lucro ajustado.
“Apesar do impacto negativo do acordo, vemos a CPFL como uma das melhores ações para se ter em 2023, devido ao seu valuation atrativo (retorno implícito de 12%), a exposição ao segmento de distribuição (o mais atrativo, na nossa visão) e à exposição limitada ao cenário desafiador de preços”, escreveram os analistas.