A CPFL Energia espera financiar a aquisição da CEEE-T por meio de recursos próprios, usando caixa e emissão de dívida no mercado, disse o presidente da companhia, Gustavo Estrella, em entrevista coletiva concedida após o certame. A companhia levou o ativo ao fazer uma proposta de R$ 2,67 bilhões pela fatia de 66,08% detida pelo estado do Rio Grande do Sul na empresa, ágio de 57,13% em relação ao valor mínimo, de R$ 1,7 bilhão.
Seguindo os procedimentos legais, a CPFL vai lançar uma oferta de aquisição de ações (OPA) pela participação restante da companhia. A Eletrobras tem 32,65% de participação. Caso os demais acionistas aceitem a oferta, a CPFL vai desembolsar cerca de R$ 4 bilhões no total.
“A CPFL tem uma longa história de parceria com o Rio Grande do Sul, com bons negócios por mais de 20 anos”, disse Estrella, na entrevista coletiva. Como a empresa tem duas concessionárias de distribuição no estado – RGE e RGE Sul -, espera ter muitas sinergias no negócio. “A CEEE-T já vem com bons indicadores operacionais. Vamos agregar capacidade de investimento”, disse.
A CEEE-D, braço de distribuição da estatal gaúcha, foi privatizada em um leilão no fim de março, o qual apenas a Equatorial participou. Questionado sobre a falta de interesse na distribuidora da região, Estrella disse que quem direciona os investimentos da CPFL em novos negócios é a disciplina financeira.
“O driver financeiro é muito importante, e é o principal que leva a tomada de decisão”, disse. O executivo destacou ainda que há similaridades entre a operação da rede de distribuição e geração.
CEEE-G e Sulgás
Concluídas as vendas dos braços de transmissão e distribuição da estatal gaúcha, o governo trabalha agora para realizar a venda da CEEE-G, de geração de energia. Segundo Marcos Soligo, presidente da CEEE, o edital deve ser publicado entre agosto e setembro, para que o leilão aconteça em dezembro.
Há, contudo, alguns obstáculos à conclusão do negócio. Segundo Soligo, há questões de participações minoritárias da CEEE-G, que é sócia de alguns empreendimentos, além da questão relacionada ao GSF.
Em outubro, deve acontecer a privatização da Sulgás, distribuidora de gás do Rio Grande do Sul, de acordo com o governador Eduardo Leite. O preço mínimo foi definido no início dessa semana em R$ 927,8 milhões.
“O setor privado tem maior capacidade de eficiência na administração”, disse Leite. Segundo ele, as vendas de ativos não tem a função de gerar caixa ao governo, mas sim se baseiam “na firme convicção, de que os investimentos privados nesses setores vão animar a economia.”