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Credit Suisse rebaixa recomendação das ações da Petrobras para neutra

Credit Suisse rebaixa recomendação das ações da Petrobras para neutra

O Credit Suisse rebaixou a recomendação das ações da Petrobras de compra para neutra, devido às incertezas que pesam sobre a estatal faltando menos de duas semanas para o segundo turno das eleições presidenciais. Em relatório enviado a clientes, os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero lembraram que as ações da petroleira tiveram forte alta recentemente, e o potencial de ganho está limitado tão perto das eleições, o que justifica reduzir a exposição ao papel.

O preço-alvo dos ADRs ordinários da companhia, sigla em inglês para os recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York, foi rebaixado de US$ 20 para US$ 16. Nos últimos doze meses, a cotação do ADR variou de US$ 9,37 ao máximo de US$ 16,30. Na sexta-feira, 14 de outubro, as ações fecharam a US$ 13,95.

“Os fundamentos da Petrobras oferecem bases sólidas para os preços atuais das ações, ou até mesmo maiores. No entanto, depois da forte performance recente, achamos que a assimetria de curto prazo, chegando nas eleições, não é mais favorável. Por isso, rebaixamos a Petrobras para neutra, já que preferimos reduzir a exposição e aguardar que a volatilidade das eleições vá embora”, escreveram os analistas.

O novo preço-alvo reflete, entre outros fatores, o Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização, visto como uma proxy do fluxo de caixa) projetado pelo Credit Suisse para a Petrobras em 2022, que foi reduzido em 7%, a US$ 67 bilhões. Além disso, o custo de capital em dólar deve ser 21% maior.                                                          

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Os principais riscos para a companhia envolvem mudanças nos planos de investimento, na política de preços, ou na política de dividendos, além da retração dos preços do petróleo. “A realidade é que o resultado das eleições pode mudar a direção da companhia. Preferimos aguardar para ver qual será o caso”, escreveram.

O desempenho dos preços do petróleo no mercado internacional também preocupa os analistas, especialmente se a Petrobras elevar muito os investimentos – e reduzir, assim, a distribuição de dividendos. 

Para o resultado do terceiro trimestre deste ano, o Credit Suisse espera bons números, acompanhados de um anúncio de distribuição de US$ 6 a US$ 9 bilhões em dividendos.

Defasagem de preços

Na B3, as ações da Petrobras abriram o pregão desta segunda-feira, 17 de outubro, em leve baixa, ainda em meio aos receios do mercado com a defasagem dos preços dos combustíveis com a paridade internacional. Na sexta-feira, em evento da EPBR, o diretor de exploração e produção da companhia, Fernando Borges, admitiu que a empresa tem “demorado um pouco” a repassar os aumentos dos preços ao mercado, uma medida que beneficia a sociedade, na visão dele.

A defasagem segue inibindo a importação de combustíveis por agentes privados, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). A entidade calcula que, no dia 14 de outubro, a defasagem dos preços do diesel era de 12%, enquanto a de gasolina era de 8%.

Por volta de 10h30 (de Brasília), as ações preferenciais da Petrobras recuavam 0,75%, a R$ 33,17, e as ordinárias tinham queda de 1,02%, a R$ 36,76. A cotação do Brent para dezembro estava com alta de 0,99%, a US$ 92,54, enquanto os contratos do WTI com vencimento em novembro subiam 1,02%, a US$ 86,48.