A Isa Cteep aguarda o avanço da reforma tributária no Congresso para avaliar se, de fato, a taxação dos dividendos vai continuar, a fim de fazer eventuais ajustes em seus negócios. A informação é de Carisa Cristal, diretora de finanças e relações com investidores da companhia, que participou de teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano.
“A companhia entende que precisa esperar o final da reforma para fazer um plano”, disse a executiva. Ela lembrou que o compromisso de distribuição de no mínimo 75% do lucro regulatório na forma de proventos está mantido, ao mesmo tempo em que a empresa avalia oportunidades de crescimento e aumentar a remuneração dos acionistas, que ano passado foi de 83%.
A Cteep ainda não tem um plano porque precisa aguardar a evolução dos cenários a fim de pensar em como minimizar os impactos aos acionistas.
“Sobre a mudança no imposto de renda, o contrato de concessão é claro e mudanças estão excluídas de ajustes na RAP. Isso não impacta a RAP de nenhuma maneira”, disse Rui Chammas, presidente da Isa Cteep, também se referindo à reforma tributária.
Oportunidades de crescimento
A Isa Cteep continua avaliando aquisições no mercado secundário, assim como participação em leilões. Segundo Silvia Wada, diretora de estratégia e desenvolvimento de negócios da transmissora, a companhia participou do leilão de privatização da CEEE-T porque viu valor nos contratos da empresa gaúcha, que são parecidos com os contratos antigos da própria Cteep.
“Fizemos a proposta com base num plano de negócios que acreditamos que estaríamos aptos e também com os riscos e passivos mapeados na diligência. O desafio que fica é como aumentar a competitividade sem abrir mão de nossas diretrizes de crescimento sustentável e disciplina financeira”, disse Wada.
A companhia tem interesse também no braço de transmissão da Celg, que assim como a CEEE-T, tem contratos em condições semelhantes aos mais antigos da própria Cteep. “É uma questão de avaliar se as outras condições viabilizam e formam um plano de negócios atrativo do ponto de vista de geração de valor ao acionista”, disse a executiva.
Em relação ao leilão de transmissão de dezembro, a Cteep também deve participar, já que a atividade “faz parte da sua atividade usual.”
A Cteep também avalia novas oportunidades de negócios no setor imobiliário. Segundo Wada, alguns projetos que tem necessidade de maior modificação de ativos elétricos envolvem tempo de maturação maior, e a empresa está em fase de estruturação para conseguir algo concreto. “Com certeza, vai envolver parcerias e não temos nada fechado nesse momento”, disse.
Em paralelo, a companhia vê oportunidades mais “acionáveis no curto prazo” e tem negociações em andamento. “Pretendemos ter algum resultado no segundo semestre se tudo der certo”, disse Wada.