O banco suíço UBS BB rebaixou a recomendação para as ações ordinárias da Engie de neutra para venda, ao mesmo tempo em que reduziu seu preço-alvo de R$ 50 para R$ 38.
A companhia continua vista como uma “operadora sólida com histórico positivo de alocação de capital”, mas o curtailment deve pressionar seus resultados futuros, enquanto os investimentos expressivos contratados em transmissão reduzem o potencial de distribuição de dividendos.
Em relatório enviado a clientes, os analistas Giuliano Ajeje, Henrique Simoes e Gustavo Cunha estimam que os cortes na geração renovável devem ser uma realidade daqui para a frente, afetando a receita da Engie, que deve chegar a 1,6 GW médio, aproximadamente, em geração eólica e solar até o fim de 2025, representando 34% da sua garantia física, que será de 4,9 GW médios, segundo o banco.
Considerando um curtailment de 10%, ao preço médio de R$ 154/MWh, o UBS BB estima que a Engie deixará de auferir R$ 221 milhões anualmente em receita, com redução de R$ 146 milhões no seu lucro líquido, total equivalente a 5% do lucro estimado para 2025.
O aumento recente dos preços de energia tende a contribuir com o faturamento da companhia. O banco calcula que cada aumento de R$ 10/MWh resulta em R$ 700 milhões adicionais em valor presente líquido para a Engie, ou R$ 0,85 por ação.
No entanto, os analistas enxergam que a companhia será menos beneficiada que suas pares, por ter menos capacidade descontratada que algumas concorrentes, como Eletrobras e Copel, por exemplo.
Por volta de 17h15 (de Brasília), as ações da Engie (EGIE3) operavam com queda de 2,46%, a R$ 39,28.