A estatal mineira Cemig teve lucro líquido de R$ 1,15 bilhão no primeiro trimestre de 2024, retração de 17,5% em comparação com o resultado do mesmo período do ano passado. No período, os custos e despesas cresceram mais que a receita, ao mesmo tempo em que o resultado financeiro negativo foi maior, pesando sobre a última linha do balanço da companhia.
A receita líquida da companhia cresceu 4,8% no trimestre, a R$ 9 bilhões. Entre as principais componentes, aparecem R$ 8 bilhões de fornecimento bruto de energia elétrica, alta de 13%, e R$ 1,1 bilhão em receita pelo uso dos sistemas de distribuição (Tusd), que cresceu 19,3%. Por outro lado, a companhia teve retração na receita com restituição de créditos de PIS e Cofins aos consumidores, a R$ 322,6 milhões, e baixa de 18,1% na receita de venda de gás, a R$ 919,6 milhões.
Os custos e despesas operacionais somaram R$ 7,47 bilhões no trimestre, aumento de 7,6%, devido ao aumento nos custos de construção e com encargos de uso da rede básica, além do maior registro de perdas de crédito estimadas no trimestre. Na contramão, foi registrada menor despesa com compra de gás no período.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do trimestre foi de R$ 2,01 bilhão, retração de 7% no trimestre.
No segmento de distribuição, o mercado da Cemig cresceu 4,4% no trimestre, a 12.026 GWh. O mercado cativo teve aumento de 3,6%, a 5.929 GWh, enquanto o mercado livre, no qual a distribuidora recebe pelo uso da rede, cresceu 5,1%, a 6.097 GWh.
Considerando ainda a carga de geração distribuída, perdas, e a energia transportada para outras distribuidoras, a carga fio da Cemig cresceu 5,3% no trimestre, a 14.851 GWh. O mercado de GD especificamente cresceu 41% no trimestre, chegando a 1.438 GWh.
O resultado financeiro da Cemig no trimestre foi negativo em R$ 180,9 milhões, aumento de 70,9% em relação ao resultado financeiro dos primeiros três meses de 2023, quando foi negativo em R$ 105,9 milhões.
A dívida líquida da companhia caiu 5,9%, chegando a R$ 7 bilhões ao fim de março, mantendo a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebtida) inferior a 1x, em 0,83, abaixo do indicador de 0,89 vez registrado ano passado.
Os investimentos no trimestre somaram R$ 1 bilhão, crescimento de 36% na base anual. O destaque foi o investimento de R$ 881 milhões na Cemig Distribuição, segundo a companhia, que planeja investir um total de R$ 6,2 bilhões neste ano, sendo R$ 4,4 bilhões em distribuição. Entre 2024 e 2028, o plano é investir um total de R$ 35,6 bilhões.