A-5

Demanda no leilão indica que distribuidoras enxergam crescimento do mercado, diz Aneel

Leilão A-5 aconteceu na CCEE no dia 22 de agosto de 2025.
Leilão A-5 aconteceu na CCEE no dia 22 de agosto de 2025.

A contratação de 815 MW de capacidade no leilão A-5 desta sexta-feira, 22 de agosto, deve indicar que as distribuidoras esperam crescimento do consumo de energia nos próximos anos, de acordo com a diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Agnes da Costa.

A diretora participou de uma entrevista coletiva na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para comentar os resultados do certame, quando lembrou que o último leilão A-5 aconteceu há três anos, em 2022.

“A gente sempre ouve como o mercado está diminuindo”, disse, completando que a contratação “significa, na prática, que as próprias distribuidoras estão olhando para esse mercado na frente com expectativa de algum crescimento, o que é positivo para a sociedade”.

O preço médio foi de R$ 392,84/MWh, deságio de 3,16% em relação ao preço-teto, de R$ 411 por MWh. Os investimentos nos empreendimentos, que somam 464,26 MW médios de garantia física contratada, devem chegar a R$ 5,46 bilhões, considerando os valores apresentados pelas próprias empresas ao se cadastrarem para a disputa.

A demanda ficou um pouco abaixo do 1 GW estimado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mas muito acima da estimativa do mercado, que previa contratação de cerca de 400 MW por conta da duração dos contratos, de 20 anos, e da perspectiva de abertura do mercado.

Demanda e deságio dos contratos

A demanda dos leilões é guardada em sigilo para evitar que a competitividade do certame não seja prejudicada.

Questionada a respeito do deságio e da possibilidade de que tenha sido prejudicado pelas declarações de Silveira antecipando a expectativa de demanda, a diretora Agnes disse que não pode falar que o deságio foi baixo, e sim que foi o resultado entre a oferta e a demanda.

“Me parece que é um nível de contratação relevante e, possivelmente, a oferta estava próxima disso e acabou sendo um deságio menor”, afirmou.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 241 projetos habilitados, que somam aproximadamente 3 GW de potência. Esse foi o maior volume já registrado para essa modalidade de contratação, mas o cadastro não significa que todos os projetos participaram do leilão.