As termelétricas da Eneva geraram 3.884 GWh no quarto trimestre do ano, aumento de 98% frente ao período homólogo, refletindo os despachos em quase a totalidade dos seus ativos térmicos para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e ao Sistema Isolado, com geração principalmente por ordem de mérito, acompanhando os níveis mais elevados de Preço da Liquidação das Diferenças (PLD).
Segundo a empresa, o PLD subiu na primeira metade do período, a despeito do contexto de volumes de reservatórios ainda historicamente elevados. Após a piora hidrológica no terceiro trimestre do ano, a Eneva observou no quarto trimestre uma reversão de tendência.
Porém, o crescimento da carga impulsionou o PLD nos primeiros 40 dias do quarto trimestre e em determinados dias de novembro e dezembro de 2024. Em outubro, o PLD médio totalizou cerca de R$ 473,48/MWh, reduzindo para médias mensais de R$ 103,21/MWh em novembro e R$ 64,80/MWh em dezembro.
Com o início do período úmido e uma melhor perspectiva do cenário hidrológico, em novembro, a Eneva observou redução da geração por mérito. Entretanto, houve elevação da necessidade de demanda adicional por parte do SIN para atendimento à ponta de carga.
Em seu balanço, a empresa destacou ainda que as restrições elétricas levaram ao despacho para atendimento aos picos diários e horários de carga.
Usinas da Eneva
Os destaques do período foram as usinas do Complexo Parnaíba, que ficaram com a disponibilidade entre 95% e 100%, mesmas porcentagens da etapa anterior, alcançando 2.831 GWh.
>> Do Reservatório à Linha de Transmissão: o Complexo Parnaíba da Eneva
A geração da termelétrica a gás em Roraima, a termelétrica Jaguatirica, no único estado isolado do Sistema Interligado Nacional (SIN), ficou com capacidade em 91%, a 234 GWh.
Com combustível de terceiros, as usinas Porto Sergipe I, Viana 1, Povoação e Linhares (Lorm) somaram 150 GWh de geração bruta, com disponibilidade variando entre 92% e 100%. Os ativos foram comprados pela Eneva no período.
Já as térmicas a óleo (UTEs Viana e UTE Geramar I e II) mantiveram a disponibilidade de 98%, a 36 GWh, com despachos principalmente por restrição elétrica.
Nas usinas a carvão (UTEs Itaqui e Pecém II), a capacidade usada saiu de 94% para 82%, a 473 GWh.
De acordo com a Eneva, a disponibilidade média de Itaqui foi comprometida por uma falha identificada no gerador em dezembro. A usina tem previsão de retorno em fevereiro de 2025.
Exportação
No trimestre, as UTEs Parnaíba I, IV e V exportaram 56 GWh de energia líquida, concentradas no mês de novembro, acompanhando a demanda argentina em alguns dias de temperaturas mais elevadas no período.
Curtailment na Eneva
A geração solar líquida da companhia, por meio do Complexo Futura, somou 346 GWh no trimestre, queda de 25,9%.
Com disponibilidade média de 77,6%, o parque contou com desligamentos entre novembro e dezembro após a identificação de danos internos no transformador, sendo necessária a substituição do equipamento danificado. No final de 2024, todas as usinas do complexo estavam operacionais.
Em relação aos cortes de geração (curtailment), relacionados às restrições impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a redução da geração líquida foi de 3,2%.
Os cortes decorrentes do curtailment chegaram a 42,4 GWh, redução de mais de 50% frente a geração frustrada de 91,1 GWh no 3T24, o que refletiu, segundo a empresa, a ampliação dos limites de intercâmbio do subsistema Nordeste pelo ONS a partir de outubro, além do término do período sazonal da safra dos ventos.
Localizado na região de Juazeiro, na Bahia, o parque conta com capacidade de 837 MW/pico.
Produção de gás
Na etapa, a Eneva totalizou 0,59 bilhão de metros cúbicos (bcm) de produção de gás natural, sendo 0,53 bcm no Complexo Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, no Campo de Azulão, direcionado ao suprimento da UTE Jaguatirica II.
O aumento do volume de gás produzido no quarto trimestre frente ao período homólogo foi de 0,23 bcm, resultado da maior demanda por gás das termelétricas no Complexo Parnaíba.