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Destaque em transmissão, MEZ planeja consolidar ativos e investir em geração solar e comercialização

Destaque em transmissão, MEZ planeja consolidar ativos e investir em geração solar e comercialização

(com Rodrigo Polito)

Depois de surpreender o mercado no leilão de transmissão de dezembro do ano passado, ao arrematar cinco dos 11 lotes oferecidos, a MEZ Energia, da família fundadora da construtora Eztec, tem como meta consolidar sua carteira e colocar em operação os empreendimentos da carteira com antecipação em relação aos prazos regulatórios. Ao mesmo tempo, está abrindo braços de geração de energia solar e comercialização.

“Bons negócios nós vamos olhar com lupa, mas eu diria que estamos mais seletivos agora do que estávamos no ano passado, inclusive para leilões”, disse Maurício Zarzur, presidente da MEZ Energia, em entrevista à MegaWhat.

O executivo é filho de Marcos Zarzur, diretor comercial da Eztec, presidente do conselho da MEZ e filho de Ernesto Zarzur, o patriarca da família e fundador da incorporadora.

A entrada da família fundadora da Eztec no mundo de transmissão de energia se deu pela criação da Arteon Z Energia, em 2017. Na época, o clã buscava alternativas com bom retorno e estabilidade para diversificar seus investimentos. A participação na empresa foi vendida no início deste ano para um fundo de investimentos que já era sócio minoritário do ativo, e as atenções agora ficarão concentradas na MEZ.

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Um diferencial da companhia é ter seu próprio braço de construção, o que garante um ganho de eficiência e redução de custos na hora de implementar as obras.

Além disso, a experiência da família na área de construção e incorporação deve resultar em negócios adicionais para a MEZ. A companhia está avaliando a construção de subestações blindadas (subterrâneas) com a exploração comercial dos seus terrenos, um caminho que outras grandes transmissoras estão buscando nos últimos anos. “Alguns lotes que vencemos estão nas regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre, e com certeza avaliamos a construção de subestações compactas”, disse.

O olhar de construção também está presente nos planos futuros de expansão da empresa. “Compramos terrenos ao lado de algumas subestações que estamos construindo, e estamos vendo a viabilidade de construir usinas de geração solar fotovoltaica, com a facilidade da conexão”, disse Zarzur.

A comercializadora do grupo já está operacional, e, com a perspectiva de criação de um braço de geração fotovoltaica nos próximos anos, os contratos no mercado livre devem ser uma alternativa para expansão dos negócios.

Isso não significa que a MEZ vai tirar do seu foco novos investimentos em transmissão. “Temos um mercado secundário agitado e, como a MEZ é um player ativo, virou um balcão de negócios, aparecem todos os dias”, contou o CEO. Além de avaliar as oportunidades que aparecem, desde que os projetos sejam “greenfield” (ainda em construção), a companhia também vai estudar os leilões previstos para este ano. “Mas seremos mais seletivos porque o foco é a consolidação da carteira.”

A companhia tem na carteira um primeiro lote arrematado no leilão de transmissão de 2019, outros cinco do leilão de transmissão de 2020, e mais três empreendimentos comprados no mercado secundário, todos ainda em construção. Os projetos somam investimentos estimados em R$ 3,1 bilhões, e vão render uma receita anual permitida (RAP) de R$ 175,1 milhões para a MEZ ao longo da duração das suas concessões.