A Echoenergia, braço de renováveis da Equatorial, tem trabalhado ativamente em colaboração com as associações do setor para minimizar o impacto do curtailment em seu portfólio ao mesmo tempo em que contribui com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para fornecer dados mais precisos sobre suas máquinas, a fim de aumentar o escoamento de energia do Nordeste para o Sudeste.
Segundo Liu Aquino, diretor-presidente da Echoenergia, as medidas em implementação pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para reduzir o curtailment estão sendo acompanhadas de perto pela empresa, que teve aumento de 19,5% dos cortes no segundo trimestre do ano.
“Além disso, temos uma iniciativa de modelagem elétrica com o ONS, onde fornecemos modelos mais específicos para as máquinas, para que o ONS tenha uma expectativa melhor sobre o funcionamento dos equipamentos. Ao ser implementado, isso deve melhorar, sim, a capacidade de escoamento de energia”, falou durante teleconferência para apresentação dos resultados do segundo trimestre deste ano da Equatorial, que é a dona da Echoenergia.
Outras iniciativas envolvem as ações judiciais, em que a empresa é representada pelas associações Abeeolica e Absolar, que pedem ressarcimento integral dos cortes, e a Consulta Pública 45/2019 da Aneel, que, segundo Aquino, “deve melhorar a regulação vigente para efeito desses cortes”.
Detalhes dos cortes e resultados
A Echoenergia gerou 1.472,5 GWh no trimestre, divididos entre as fontes solar fotovoltaica e eólica. No entanto, houve cortes de 286,4 GWh, com maior relevância para os parques solares de Barreiras e Ribeiro Gonçalves. Por outro lado, o curtailment nos projetos eólicos caiu 4,4 %, saindo de 140,7 GWh no segundo trimestre de 2024 para 134,5 GWh no segundo trimestre deste ano.
Segundo a empresa, a alta nos cortes é explicada pela entrada em operação de usinas solares.
Desta forma, o lucro bruto de energia da Echoenergia foi de R$ 294,8 milhões no período, um aumento de 40,0%, ou de R$ 84,2 milhões quando comparado ao mesmo período do ano passado. O aumento é justificado principalmente pela entrada em operação dos complexos solares, que adicionaram R$ 72,3 milhões ao lucro bruto.
O desempenho dos parques eólicos no trimestre também ajudou, com crescimento de 10,5% ou R$ 21,3 milhões.
“O ajudou bastante a companhia neste trimestre foi a disponibilidade de recurso eólico. Ficamos com cerca de um P44, ou seja, acima de P50 em termos de recurso eólico, o que compensou parcialmente os cortes de energia, que de fato vieram um pouco acima do trimestre anterior. A disponibilidade técnica geral da companhia melhorou, porque temos mais ativo solar, que tem uma disponibilidade técnica maior.”, disse o diretor-presidente da companhia.
Os “Ps” são usados para avaliar a capacidade de geração de energia de parques eólicos e solares, ajudando a estimar a produção esperada e os riscos associados.
Por outro lado, o resultado financeiro registrado da empresa foi de R$ 132,4 milhões negativos, queda de R$ 35,6 milhões, devido às despesas financeiras do financiamento dos parques solares.
Concessões da Equatorial
O presidente da Equatorial, Augusto Miranda, comemorou o desempenho da geradora. “Tivemos o melhor segundo trimestre da nossa história em geração, com destaque para o forte desempenho dos nossos ativos eólicos”, falou Miranda.
Dentro da Equatorial, ele afirmou que a empresa ainda aguarda a análise dos pedidos para renovação de concessões das distribuidoras de energia do Maranhão e Pará, com expectativa de assinatura dos termos aditivos entre outubro e novembro de 2025. As solicitações aguardam análise do Ministério de Minas e Energia e do Tribunal de Contas da União.
O executivo também informou que a empresa aumentou os investimentos consolidados no período em 32,4%, a R$ 2,7 bilhões, o que teria refletido em melhoras da qualidade do fornecimento das distribuidoras.
“Todas ficaram dentro do limite regulatório relativo ao FEC [à frequência de cortes de fornecimento”], disse o presidente.
Equatorial 2T25
A companhia contabilizou no segundo trimestre deste ano lucro líquido ajustado R$ 614 milhões, acima dos R$ 306 milhões registrado em igual etapa do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado totalizou R$ 3,2 bilhões, crescimento de 32,4%, com a receita operacional líquida subindo 22%, a R$ 12,8 bilhões.