
A EDP Brasil pretende utilizar recursos da venda de participação em três hidrelétricas para financiar a aquisição da Celg Transmissão (Celg T), arrematada em leilão realizado nesta quinta-feira, 14 de outubro, afirmou o presidente da companhia, João Marques da Cruz. Segundo ele, a venda dos ativos de geração está em fase avançada, na etapa de ofertas vinculantes.
“Os valores dessa transação [venda das hidrelétricas] são muitíssimos superiores aos valores desta transação [aquisição da Celg T]. Por isso, não temos nenhum problema de liquidez”, disse o executivo, em entrevista coletiva, após o resultado do leilão, no qual a companhia arrematou a transmissora estatal goiana por R$ 1,977 bilhão, um ágio de 80,1% em relação ao preço mínimo definido no edital.
A EDP Brasil está vendendo suas participações nas usinas de Santo Antônio do Jari, Cachoeira Caldeirão, ambas no Amapá, e Mascarenhas, no Espírito Santo.
Cruz disse acreditar que a EDP Brasil tenha ofertado um valor justo pela Celg T, mesmo tendo feito uma proposta 24,6% superior à da segunda colocada, a Cymi Construções e Participações, de R$ 1,6 bilhão. “Este investimento [Celg T] terá rentabilidade ao acionista superior aos dois dígitos”, afirmou o executivo, acrescentando que são ativos de baixo risco. “Conseguimos essa rentabilidade pelo ‘know-how’ que nós temos”.
Leilão de transmissão
O presidente da EDP Brasil indicou ainda que a companhia está avaliando a possibilidade de participar do próximo leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), previsto para o fim do ano. “Nós estamos a analisar [o leilão] no sentido de podermos concorrer. Nossa obrigação é analisar todas as oportunidades”, completou.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), comemorou o resultado do leilão, destacando o ágio oferecido pela EDP Brasil. Ele voltou a criticar o leilão da Celg Distribuição, realizado em 2016 e vencido pela Enel. Segundo ele, ainda há falhas no serviço de distribuição em Goiás.
“Até hoje nossa operação é falha. Eles [Enel] alegam o estado [precário] que receberam a Celg Distribuidora. Mas isso não pode tirar deles a responsabilidade de investir cada vez mais. Eu sou aqui governador do estado e, como tal, tenho que me comportar para atender a demanda dos 7 milhões de goianos que lá estão. O estado ainda sofre muito na operação”, completou.