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Eletrobras busca ser primeira elétrica do mundo 'net zero' em 2030 e avalia antecipar CDE para ajudar tarifa

Depois de colocar seu parque de termelétricas à venda, a Eletrobras reforçou sua estratégia de crescimento futura, que passa pela meta de ser uma das primeiras companhias de energia do mundo a atingir o 'net zero' - emissões líquidas de carbono zero - em 2030. No curto prazo, em meio aos ataques do governo contra as regras da sua privatização, concluída ano passado, a empresa não descarta um acordo com a União, mas sem envolver a concessão de lugares em seu conselho de administração.

Wilson Pinto Ferreira Júnior, Chief Executive Officer, Eletrobras, Brazil, speaking at the World Economic Forum on Latin America 2018 in Sao Paulo, Brazil. Copyright by World Economic Forum / Benedikt von Loebell
Wilson Pinto Ferreira Júnior, Chief Executive Officer, Eletrobras, Brazil, speaking at the World Economic Forum on Latin America 2018 in Sao Paulo, Brazil. Copyright by World Economic Forum / Benedikt von Loebell

Depois de colocar seu parque de termelétricas à venda, a Eletrobras reforçou sua estratégia de crescimento futura, que passa pela meta de ser uma das primeiras companhias de energia do mundo a atingir o ‘net zero’ – emissões líquidas de carbono zero – em 2030. No curto prazo, em meio aos ataques do governo contra as regras da sua privatização, concluída ano passado, a empresa não descarta um acordo com a União, mas sem envolver a concessão de lugares em seu conselho de administração.

“Seremos a primeira companhia do mundo a atingir o net zero em 2030”, disse Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, 12 de julho. 

Antes disso, Ferreira liderou o Eletrobras Day, evento com investidores e analistas para apresentar a estratégia da companhia. Um dos objetivos é manter a liderança em renováveis na América Latina e se tornar a empresa de energia com a menor intensidade de emissões relativas do mundo em termos de toneladas de gás carbônico por MWh. 

Dentro da agenda socioambiental da companhia, está a descarbonização das atividades, com a venda das termelétricas, além de aportes na conservação da Amazônia Legal, que foram definidos como contrapartidas na lei da sua privatização, junto dos aportes na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).  

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“Temos compromisso com a descarbonização da Amazônia, o fundo tem R$ 3 bilhões. Nossa estratégia é voltada para microgrids, e devemos priorizar as áreas degradadas”, disse Ferreira.

Já os aportes na CDE, previstos para acontecerem anualmente até 2045, chegarão a um total de R$ 32 bilhões. O executivo admitiu a possibilidade de um acordo com o governo para antecipar esses aportes para ajudar a aliviar as tarifas de energia, mas descartou que isso seja relacionado com a ação movida pela Advocacia-Geral da União questionando o limite de 10% no direito ao voto de seus acionistas.

“Não existe acordo sendo feito com base nessa alternativa”, disse, quando questionado a respeito da trégua com o governo federal. “O tema da ação de inconstitucionalidade não é um tema que eu tenha mandato para falar, ele envolve acionistas da companhia e o próprio conselho”, disse.

A vantagem para a Eletrobras, no caso da antecipação, poderia envolver uma taxa de desconto em relação aos valores que serão pagos no futuro.

Quando a ideia foi colocada pelo governo, o mercado estava fechado para captações, impedindo sua execução já que a Eletrobras precisaria levantar recursos para fazer os aportes. 

“Mantemos isso como avaliação permanente para que, em algum momento, se houver interesse do governo, termos tratativas”, afirmou.