
A Eletrobras concluiu a venda parcial de 1,5 GW em termelétricas para a Âmbar Energia, do grupo J&F, por até R$ 4,7 bilhões, montante que inclui R$ 1,2 bilhão em earn-out – parcela que poderá ser paga pela compradora a depender de critérios do contrato.
Segundo a Eletrobras, a conclusão da venda da termelétrica Santa Cruz (500 MW), instalada no Rio de Janeiro, ainda depende de aprovação regulatórias.
O fechamento da operação incluiu a transferência da totalidade de ativos e direitos detidos pela Eletronorte, subsidiária da Eletrobras responsável pelas usinas. Com a conclusão desta etapa, a Eletrobras levanta um montante total de cerca de R$ 2,9 bilhões, que inclui o pagamento pelos ativos e o depósito em garantia relacionados aos contratos de fornecimento de gás.
A Eletronorte já recebeu o caixa gerado pelas usinas entre o período da assinatura e o fechamento de cerca de R$ 600 milhões.
“Esta transação amplia nosso parque gerador com ativos estratégicos para nosso portfólio, que são fundamentais para a segurança energética”, afirmou o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta.
As novas termelétricas da Âmbar
O contrato contempla 12 ativos, todos localizados no Amazonas e recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Conforme informações do processo do órgão antitruste, o negócio da venda das termelétricas, anunciada em junho, envolve ainda a opção de venda integral para a Eletrobras dos direitos de recebimento de indenizações do Complexo Baleia, um parque eólico de um consórcio constituído pela Âmbar e por Furnas, controlada da Eletrobras, mas que nunca chegou a entrar em operação pelo descumprimento das obrigações da empresa contratada para fornecimento dos equipamentos.
No portfólio de térmicas transferidas, estão as usinas Mauá III, de 591 MW, UTE Aparecida, de 166 MW, UTE Anamã, de 2 MW, UTE Anori, de 5 MW, UTE Codajás, de 5 MW, UTE Caapiranga, de 2 MW, além do projeto da usina Rio Negro, de 188 MW, ainda não construída e sem contrato de venda de energia.
Também está no negócio um conjunto de produtores independentes de energia (PIEs) controlados por terceiros, com contratos de venda de energia para a Eletrobras até maio de 2025, quando seriam revertidos para o controle da companhia. A depender do acordo, as usinas terão contrato de venda de energia prorrogado até novembro de 2030.
Neste grupo, estão as termelétricas Cristiano Rocha, Manauara, Jaraqui, Tambaqui e Ponta Negra, que somam 600 MW.