
A Eletrobras pretende assumir o controle de seis usinas eólicas greenfield atualmente detidas em conjunto com a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F. O acordo entre as companhias está enquadrado na venda de 2 GW em termelétricas da Eletrobras para a Âmbar Energia, em julho do ano passado.
A operação foi aprovada nesta segunda-feira, 7 de julho, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e envolve o Complexo Eólico Baleia, localizado no Ceará. O parque é composto por um consórcio entre a Âmbar e Furnas, subsidiária da Eletrobras, mas nunca entrou em operação devido ao descumprimento contratual da empresa fornecedora de equipamentos.
Segundo informações do processo no Cade, a Eletrobras detinha um direito de opção de compra da participação acionária da Âmbar em seis usinas do complexo. O direito estava condicionado à conclusão da operação entre o grupo J&F, Eletronorte e Furnas. Com a verificação das condições acordadas, a Eletrobras decidiu exercer a opção e assumirá integralmente o controle das usinas.
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As eólicas da Âmbar e de Furnas
Localizado entre os municípios de Amontada e Itapipoca, no Ceará, o Complexo Baleia é formado pelas eólicas Bom Jesus Eólica (18 MW); Cachoeira Eólica (12 MW); Pitimbu Eólica (18 MW) São Caetano I Eólica (18 MW); São Caetano Eólica (25,2 MW) e São Galvão Eólica (22 MW).
O complexo foi contratado em um leilão de energia de reserva de 2013, e deveria ter entrado em operação comercial em 2015, mas a fornecedora das máquinas, a argentina Impsa, entrou em recuperação judicial na época e não cumpriu suas obrigações. Os contratos foram cancelados junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2017, mas o complexo ainda detém direito a recebimento de indenizações pleiteadas contra a Impsa e a seguradora do contrato.
Segundo processo do Cade, as usinas não possuem qualquer autorização para a produção de energia e se encontram, atualmente, em processo de liquidação.
Empresas envolvidas na operação
A Eletrobras exerceu o direito de compra por meio da empresa Brasil Ventos, voltada à participação em sociedades de geração de energia eólica, solar e de biomassa.
Também participa da operação o Fundo de Investimento em Participações Infraestrutura Milão (FIP Milão), veículo de investimento ligado ao grupo J&F.