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Eletrobras tem 'posição confortável' em relação à crise hídrica e ao GSF, fiz Fitch

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A Eletrobras está em uma posição confortável em relação à exposição ao GSF, mesmo considerando a descotização da sua energia enquadrada no regime criado pela Lei 12.783/2013, disse Wellington Senter, analista sênior da Fitch Ratings, em evento realizado nessa terça-feira, 13 de julho, para comentar os impactos da crise hídrica nos ratings de crédito das empresas do setor elétrico.

Atualmente, a Eletrobras tem 45% da sua garantia física alocada no regime de cotas, pelo qual recebe uma tarifa média próxima de R$ 65/MWh, para operação e manutenção dos ativos. O risco hidrológico, nesses contratos, fica integralmente com os consumidores. Além disso, a empresa tem termelétricas, as usinas nucleares e outros projetos que não são expostos à hidrologia. 

A Lei 14.182/2021, sancionada hoje e que permite a privatização da Eletrobras, prevê o fim desses contratos em regime de cotas. No novo contrato, a companhia vai poder negociar a energia nos mercados livre e regulado, mas ficará com a exposição ao GSF.

“A privatização só vai acontecer ano que vem, e a descotização deve ser feita gradualmente. Se fosse imediata, a pressão iria subir, mas a Eletrobras tem uma capacidade descontratada grande, então não seria impactada negativamente”, disse Senter. Segundo ele, a Eletrobras tem hoje 28% de sua garantia física descontratada.

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Outro fator que minimiza o impacto do GSF após a descotização é o fato de que essa energia será reprecificada. O especialista da Fitch afirmou que as estimativas indicam que o preço da energia deve ficar próximo de R$ 165/MWh. “É uma posição confortável pelos dois lados. Gerenciável pela capacidade descontratada e um preço com rentabilidade bem acima da atual”, afirmou.

Atualmente, o rating de crédito da Eletrobras é ligado ao rating soberano do Brasil, por ser uma empresa estatal. Após a privatização, a Fitch deve avaliar a geração de caixa futura, já que esta foi “destruída em 2013”, quando ela aderiu ao regime de cotas, disse Mauro Storino, diretor sênior da Fitch. Outro aspecto que será avaliado será a capacidade financeira da “nova empresa” em termos de gestão de custos e gastos. 

Racionamento

A Fitch não considera em seus cenários um racionamento oficial no país, decretado pelo governo. Segundo Rafael Faro, analista da Fitch, os impactos nos ratings de crédito observados pela agência seriam estudados a partir do momento em que fosse decretado o racionamento.

“Com certeza haveria efeitos, não só nas geradoras, mas também nas distribuidoras e comercializadoras”, disse Faro. Segundo ele, no racionamento de 2001, o governo auxiliou as empresas do setor ao fornecer financeiro às distribuidoras via BNDES e permitir a descontratação das sobras de energia. “Precisamos ver de fato se vai ser decretado racionamento e se haverá suporte, como no passado, para verificar o impacto nas classificações que temos em carteira”, concluiu.

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