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Eletrobras terá menos de 20 dias entre lançamento e conclusão da capitalização

Prédio Eletrobrás
Prédio Eletrobrás

A Eletrobras terá menos de 20 dias entre o lançamento e a conclusão da oferta de ações que resultará na sua privatização, caso pretenda utilizar a janela de mercado dos resultados financeiros de 2021.

O prazo apertado decorre do atraso da companhia em publicar seus resultados do ano passado, que finalmente saíram na última sexta-feira, 18 de março. Segundo Elvira Presta, diretora financeira da Eletrobras, o relatório 20-F, equivalente ao formulário de referência, deve ser arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC, órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, no Brasil) em 25 de abril. Apenas depois disso é começará oficialmente o road show, no qual os assessores financeiros da operação irão apresentar a empresa a investidores. Para que a oferta saia nesta janela de mercado, ela precisará ser liquidada até 13 de maio.

“O ajuste que fizemos no balanço ainda comporta o cronograma, mas ainda temos diversas outras etapas internas e externas até a conclusão efetiva do processo”, disse Rodrigo Limp, presidente da Eletrobras, durante teleconferência sobre os resultados da companhia em 2021 e no quarto trimestre do ano passado.

O entendimento do mercado é que o grande potencial entrave à privatização está nas mãos do TCU, que ainda precisa definir o preço mínimo das ações dentro do já apertado cronograma. Caso um ministro peça vista do processo e use todo o prazo permitido, o negócio não sairá nessa janela de mercado.

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As greves movidas pelos funcionários da Eletrobras em janeiro e fevereiro não afetaram seu desempenho operacional e nem a execução dos prazos da privatização, de acordo com o executivo. “Sobre a discussão do preço mínimo, ela é conduzida pelo BNDES junto ao TCU, conforme resolução do PPI”, explicou. 

A Eletrobras teve lucro líquido de R$ 610 milhões no quarto trimestre do ano passado, retração de 52% em comparação com o lucro de R$ 1,2 bilhão registrado nos últimos três meses de 2020. 

O resultado reflete, entre outros motivos, uma provisão contra créditos de liquidação duvidosa de R$ 1 bilhão referente a créditos a receber pela holding e pela Eletronorte da Amazonas Energia, e uma provisão de R$ 706 milhões relativa à um passivo a descoberto na Santo Antonio Energia, na qual tem participação por meio de Furnas. Além disso, houve uma perda de R$ 697 milhões em participações societárias também em Santo Antonio, impactando a receita da companhia.

Questionados sobre o impacto da inadimplência da Amazonas Energia, um problema histórico da companhia, Limp disse que a concessão da distribuidora é de grande complexidade operacional, com elevado nível de perdas e sobrecontratação. “Temos tratado frequentemente com a distribuidora e acompanhado com o regulador essas discussões de sobrecontratação e inflexibilidade das usinas, mas ainda não temos posicionamento fechado”, disse o executivo. 

“Por outro lado, temos acompanhado os esforços da companhia no sentido de buscar reduzir o nível de perdas comerciais”, completou.

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