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Empresas esperam PLD ao redor de R$ 200/MWh em 2022 e GSF 'controlado'

Financial Business man Accounting Calculating Cost Economic budget investment and saving concept
Financial Business man Accounting Calculating Cost Economic budget investment and saving concept

A antecipação das chuvas em outubro ajudou a aliviar a situação dos reservatórios, resultando em preços de energia mais baixos no curto prazo. Para 2022, as empresas apostam em um PLD na faixa de R$ 200/WMh, com um GSF ainda alto. A grande incógnita está na situação das distribuidoras, que estão pagando altos valores pelas medidas adotadas para conter a crise hídrica, e esperam uma solução para recompor o caixa.

No curtíssimo prazo, o PLD deve se manter baixo. Na próxima semana, a MegaWhat Consultoria aponta que o PLD deve se manter na faixa de R$ 74,12/MWh em todo o país. A estimativa é feita com base no modelo semanal Decomp, mas o preço em si ainda será refinado por hora pelo modelo Dessem.

“Vemos aí um descolamento da realidade no preço, estamos vendo os reservatórios ainda começando a se recuperar”, disse Dimas Costa, diretor da Cemig Comercialização, durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre

Segundo a Focus Energia, ainda é cedo para bater o martelo sobre os preços de 2022, uma vez que o período chuvoso acaba de começar. Considerando o retrato visto hoje, a companhia espera que o PLD deve ficar entre R$ 190 a R$ 200 por MWh no primeiro semestre, indo para acima de R$ 250/MWh no segundo semestre do próximo ano.

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Em teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre do ano, o diretor regulatório e de riscos da companhia, Henrique Casotti, lembrou que o GSF é sempre mais agressivo no segundo semestre do ano, o que reforça a expectativa de alta do PLD. “Isso deve levar a um GSF médio de 79% a 82%, algo em torno de 80”, disse.

“Mas claro, tudo vai depender do nível de armazenamento que vamos chegar ao fim de maio, e se vamos manter as medidas restritivas nos reservatórios, importação de energia e geração fora da ordem de mérito”, destacou o executivo.

Para Costa, da Cemig, as termelétricas devem continuar acionadas em 2022, devido às determinações da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) de restrição de esvaziamento dos reservatórios. “Vamos ter termelétricas, talvez não essas mais caras acima de R$ 2.000/MWh, mas teremos acionamento daquelas de R$ 600 a R$ 700 por MWh”, disse o executivo, que aposta em um PLD “civilizado”, entre R$ 180 e R$ 200 por MWh.

A aposta da Cemig para o GSF é mais conservadora que a da Focus. A companhia conta com um déficit de 70% nas hidrelétricas no próximo ano, e já equacionou seus contratos para um cenário ainda mais restrito, de um GSF de 60%.

A maior preocupação está na gestão de caixa da Cemig Distribuidora, uma vez que os valores arrecadados pelas bandeiras tarifárias não estão sendo suficientes para compensar os custos que as distribuidoras estão tendo com compra de energia mais cara neste ano. “Vamos ter aí alguma negociação com a Aneel ou um empréstimo para cobrir eventuais déficits financeiros nas distribuidoras”, disse Costa.

“O custo de compra de energia está muito alto, as térmicas estão gerando energia para salvar energias a um custo muito alto para salvar os reservatórios”, disse Leonardo George de Magalhães, diretor financeiro da Cemig.

A preocupação também foi externalizada pela CPFL Energia em teleconferência com investidores nessa sexta-feira, 12 de novembro. 

Ao fim do terceiro trimestre, as distribuidoras da CPFL tinham um ativo regulatório de R$ 3,1 bilhões, o maior da sua história. Isso é explicado pelo aumento das despesas com compra de energia mais cara no último ano, em meio à crise hídrica que atinge o país.

“O tamanho do nosso ativo regulatório precisa ser endereçado, num cenário em que o racionamento é cada vez mais improvável e os custos continuam elevados”, disse Gustavo Estrella, presidente da CPFL, completando que se trata de uma questão “setorial” que precisa ser endereçada nos próximos meses.

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