Empresas

Enauta buscará sócios caso decida continuar no campo de Atlanta

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, durante a 4ª rodada de licitação do pré-sal.
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, durante a 4ª rodada de licitação do pré-sal.

A petroleira Enauta buscará parceiros para desenvolver o projeto definitivo de produção do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, caso a companhia decida permanecer com o ativo, afirmou nesta quinta-feira, 12 de novembro, o presidente da companhia, Décio Oddone.

“Se nós viermos a ficar com a participação da Barra [Energia] em Atlanta, nós imediatamente vamos continuar procurando parceiros ou parceiro para o campo”, disse o executivo, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado do terceiro trimestre.

No início deste mês, a Enauta recebeu notificação da Barra Energia sobre a decisão desta empresa de deixar o bloco BS-4, onde está localizado o campo de Atlanta. Barra Energia e Enauta possuem, cada uma, 50% de participação no ativo. A Enauta tem até 28 de novembro para decidir se assumirá a participação da Barra Energia em Atlanta ou se procederá ao abandono conjunto do campo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Questionado por analistas se a Barra Energia tentou negociar a venda de sua participação em Atlanta para outras empresas, antes de decidir sair do projeto, Oddone confirmou a informação. “Tivemos conhecimento de que houve movimentos. Essa transação acabou não acontecendo”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Oddone disse não haver ainda decisão sobre se a Enauta permanecerá no projeto de Atlanta ou se realizará o abandono conjunto. “A decisão de permanecermos em Atlanta vai depender da atratividade do projeto”, disse. “As motivações da Barra [Energia] não são necessariamente as mesmas que as nossas”.

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção em Atlanta foi da ordem de 15 mil barris de óleo equivalente (boe) diários em setembro.

Na teleconferência, o executivo reforçou que a prioridade da companhia no momento é recompor o portfólio de produção da empresa, após a venda das participações nos campos de Carcará e Manati. Em um segundo momento, a petroleira avaliará a diversificação de sua carteira, em linha com o processo de transição energética. “Qualquer companhia que queira perdurar nesse negócio vai ter que se dedicar a isso [transição energética]”. 

Como a Enauta vai se concentrar neste momento em aquisições de ativos, Oddone explicou que não há previsão de aumento do percentual de distribuição de dividendos em 2020.

A Enauta encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 39,4 milhões, com queda de 6% em relação a igual período do ano anterior. Segundo a empresa, a redução deve-se a um menor resultado financeiro e maiores despesas administrativas, parcialmente compensada por um melhor resultado operacional.

A petroleira também atualizou a projeção de produção do campo de Atlanta, para 20 mil barris diários de óleo, em 2020, e 16 mil barris diários, em 2021. A estimativa possui margem de variação de 10% para cima ou para baixo, em relação à média diária em base anual.

A companhia também atualizou a previsão de investimentos em exploração, desenvolvimento e produção na ordem de US$ 27 milhões, em 2020, e US$ 55 milhões, em 2021. A projeção possui margem de variação de 20% negativa ou positiva.

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.