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Com investimento de R$ 2,1 bi em complexo eólico na Bahia, Enel toma risco de venda da energia

A Enel Green Power inaugura nesta sexta-feira, 5 de abril, o Complexo Eólico Aroeira, com capacidade instalada total de 438 MW, nos municípios de Umburanas, Morro do Chapéu e Ourolândia, na Bahia. O complexo recebeu investimentos de R$ 2,1 bilhões e está conectado à subestação Ourolânida II por meio de uma linha de transmissão de 18,5 km. Segundo o presidente da Enel Brasil, Antonio Scala, o ativo não tem PPA específico com um grande consumidor. A energia gerada vai compor o portfólio da empresa de venda para o mercado livre.

Com investimento de R$ 2,1 bi em complexo eólico na Bahia, Enel toma risco de venda da energia

A Enel Green Power inaugura nesta sexta-feira, 5 de abril, o Complexo Eólico Aroeira, com capacidade instalada total de 438 MW, nos municípios de Umburanas, Morro do Chapéu e Ourolândia, na Bahia. O complexo recebeu investimentos de R$ 2,1 bilhões e está conectado à subestação Ourolânida II por meio de uma linha de transmissão de 18,5 km. Segundo o presidente da Enel Brasil, Antonio Scala, o ativo não tem PPA específico com um grande consumidor. A energia gerada vai compor o portfólio da empresa de venda para o mercado livre.

“Nós vamos tomar uma parte de risco, porque, claramente, há uma variabilidade de preço, mas, já que temos este portfólio de clientes que segue crescendo lentamente no tempo, nos permite fazer os dois trabalhos de forma paralela”, disse Scala a jornalistas durante evento de inauguração da usina, em Umburanas, na Bahia.

A estratégia da empresa para venda da energia não exige contratos grandes de longo prazo (PPAs) para que decisão final de investimento para a usina seja tomada. “A gente gerencia toda a geração do nosso portfólio, em função da necessidade, depois vai vender para vários clientes”, explicou. Segundo Scala, os contratos firmados têm duração média de 3 a 5 anos, vendidos com antecedência de 2 a 3 anos.

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Com Aroeira, a Enel alcança capacidade instalada renovável superior a 5,9 GW, dos quais mais de 3,3 GW são de fonte eólica, mais de 1,4 GW são de fonte solar e cerca de 1,3 GW são de fonte hídrica.

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A companhia está na fase final da construção de outro parque eólico nas proximidades de Aroeira. Pedra Pintada terá 193,5 MW de capacidade instalada, investimentos de R$ 1,8 bilhão, e deve ser inaugurado “nos próximos meses”, segundo a companhia.

Ex-tarifário

O presidente da Enel Green Power, Bruno Riga, comentou sobre a volta da taxação para módulos fotovoltaicos e eólicos importados com o fim do ex-tarifario (redução temporária da alíquota do imposto de importação). Segundo ele, há movimentos do mercado para incentivar uma cadeia de suprimentos brasileira mas, no momento, o país ainda não tem capacidade de fornecer a totalidade dos equipamentos necessários para a indústria renovável.

“Infelizmente, a gente tem que comprar fora. E, com a abolição do ex-tarifário, hoje é muito, muito complicado poder desenvolver novos projetos”, avaliou.

Segundo ele, o setor tenta a aprovação de um período de transição para que a indústria nacional se desenvolva. “Acredito que é possível, porque hoje, por exemplo, o Brasil já produz as pás. Infelizmente, elas são apenas 15% do custo da turbina”.

Mesmo assim, o desenvolvimento completo de uma cadeia de fornecimento nacional tomaria tempo. “Precisa certificar, fazer teste, começar a usar os equipamentos. São, no mínimo, uns três, quatro anos. A gente não pode ficar quatro anos esperando um produto 100% brasileiro”.

*A repórter viajou a convite da Enel

*Matéria editada em 05/04 às 21h48