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Enel muda sede da holding brasileira para São Paulo e busca modernização do trabalho

Enel muda sede da holding brasileira para São Paulo e busca modernização do trabalho

Três anos depois de comprar a Eletropaulo e se tornar a maior distribuidora de energia do país, a Enel Brasil vai mudar sua sede, hoje em Niterói, para a capital paulista. No Rio, também haverá mudanças: a companhia ganhou uma nova instalação na região do Porto Maravilha, no bairro Santo Cristo.

“Desde 2019, começamos a pensar que precisávamos oferecer melhorias e conforto nos espaços de trabalho e logística”, disse, à MegaWhat, o country manager da Enel Brasil, Nicola Cotugno. A sede em Niterói era considerada antiga, e as instalações em Barueri, que comportavam a gestão da Enel São Paulo, eram um problema pela distância do centro da capital. “Queríamos uma interação mais viva com a cidade e o mundo paulista”, disse Cotugno.

A solução foi levar para a Avenida das Nações Unidas, no complexo Parque da Cidade, a sede da holding. O espaço, que fica próximo das avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Faria Lima, principais centros financeiros do país, também abrigará a Enel X, braço de serviços da companhia, e a própria Enel São Paulo.

No Rio, as operações de Niterói estão sendo transferidas para o edifício Aqwa Corporate, na região central do Porto Maravilha, que se encontra em plena expansão. Lá, ficarão os escritórios da Enel Distribuição Rio, a comercializadora Enel Trading, e a Enel Green Power. “É uma região muito icônica, na perspectiva de retomar a propriedade de uma parte da cidade que estava abandonada”, afirmou Cotugno.

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A pandemia de covid-19 acabou acelerando os planos ao antecipar a digitalização das relações de trabalho, explica Cotugno. “De um dia para outro paramos tudo, entendemos que temos essa capacidade de fazer tudo virtualmente”, afirmou. Assim, a companhia decidiu por um esquema de trabalho híbrido nas posições que permitem isso, a fim de reduzir tempo gasto em viagem e trânsito, uma tendência hoje no mercado de trabalho. “Se eu preciso ir ao escritório fazer cinco reuniões do meu computador, eu fico em casa”, disse.

As escolhas convergem com a visão da Enel de futuro das cidades, com maior espaço para sustentabilidade e uso de tecnologia para maior eficiência no uso de recursos como energia elétrica. “A transição energética nos indicou anos atrás qual era o caminho, mas a gora a sociedade também entende a relevância dela, que não é só um tema energético, mas um compromisso”, disse o executivo.

Nesse sentido, a Enel X tem grande importância, pelos negócios de digitalização e eficiência que estão sendo cada vez mais buscados pelos consumidores. “Estamos bem comprometidos em ajudar nossos clientes a aderir ao programa de resposta da demanda, que não é algo que veio só para a crise hídrica, mas que tem que continuar para valorizar os recursos do sistema”, disse, se referindo ao programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD).

A companhia quer explorar outros negócios no país, como usinas híbridas que possam integrar baterias às fontes eólica e solar, otimização das redes de transmissão e digitalização das redes. “Depois, vamos abrir a porta para outras coisas, como o hidrogênio verde, que vai ter o uso ampliado em setores que não têm eletricidade na rede, como navegação.

A sede em São Paulo também é importante pela maior proximidade da companhia com o mercado financeiro, em um momento de grande expansão e investimentos no país. “Estamos sem dúvida em momento de grande consolidação da nossa presença, temos quatro distribuidoras, vamos crescer muito em geração e com a Enel X, sem dúvida”, disse Cotugno. Ele disse ainda que o relacionamento bom bancos e investidores é “muito bom” e que haverá “grandes operações” pela frente, já que o foco no Brasil é grande.