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Enel suspende temporariamente venda da Coelce e vê desafios na gestão de distribuidoras

A Enel Brasil suspendeu temporariamente os procedimentos de análise e prospecção da alienação do controle acionário da Enel Ceará, anteriormente conhecida como Companhia Energética do Ceará (Coelce). A decisão foi divulgada pela empresa cearense nesta quarta-feira, 22 de novembro, em fato relevante divulgado ao mercado.

Enel suspende temporariamente venda da Coelce e vê desafios na gestão de distribuidoras

A Enel Brasil suspendeu temporariamente os procedimentos de análise e prospecção da alienação do controle acionário da Enel Ceará, anteriormente conhecida como Companhia Energética do Ceará (Coelce). A decisão foi divulgada pela empresa cearense nesta quarta-feira, 22 de novembro, em fato relevante divulgado ao mercado.

Durante o evento Enel Capital Markets Day, realizado hoje na Itália, o CEO do grupo, Flavio Cattaneo, afirmou que a suspensão da venda teve como motivo o processo de prorrogação da concessão da distribuidora, que vence em 2028. “No momento ainda está nos planos, mas precisamos ver como as discussões continuam”, disse.

A venda da distribuidora foi anunciada pela Enel no fim de 2022, no seu evento anual com investidores, sob a justificativa de iria concentrar seus investimentos nas redes de distribuição nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro.  

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A concessionária é a terceira maior distribuidora do Nordeste em volume de energia distribuída, fornecendo energia elétrica nos 184 municípios do estado para mais de 4 milhões de unidades consumidoras.  

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Apagões no Brasil e mais investimentos

No evento global, os executivos da companhia italiana também comentaram os desafios na gestão das redes de distribuição no Brasil, incluindo as mudanças climáticas, que têm causado eventos cada vez mais relevantes já que a eletricidade é fundamental para mobilidade, comunicação e aquecimento e resfriamento, entre outras funções.

“Obviamente, os reguladores precisam encontrar soluções para emergências, então é por isso que a regulação deve incentivar investimentos. Isso é definitivamente importante para o Brasil, onde a demanda não cresce mais como antes”, disse Gianni Vittorio Armani, diretor de Grids e Inovação da Enel.

Os executivos da Enel afirmaram ainda que estão olhando com atenção para as situações enfrentadas nas áreas das suas concessionárias em São Paulo e Rio de Janeiro, que sofreram com cortes de energia recentemente por conta de eventos climáticos.

“Fizemos o possível, mobilizamos nossos times”, disse Alberto De Paoli, responsável pelas operações da Enel fora da Itália. “Mas como já falamos, precisamos nos lembrar que como resultado das mudanças climáticas, novas necessidades estão surgindo e novas soluções precisam ser encontradas”.

A empresa está disposta a fazer “a sua parte”, por meio de novos protocolos para lidar com crises e debates sobre os investimentos previstos para aprimorar a resiliência das redes.