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Enel X aposta em PPPs de iluminação para desenvolver cidades inteligentes no Brasil

As parcerias público-privadas (PPPs) de iluminação pública são a grande aposta da Enel X para o desenvolvimento das chamadas cidades inteligentes no Brasil, disse Francisco Scroffa, responsável pelo braço de inovação e soluções digitais do grupo italiano no Brasil.

A Enel X já saiu vencedora de duas PPPs de iluminação pública, de Angra dos Reis (RJ) e Macapá (AP), e enxerga um mercado potencial de 2 milhões de pontos de iluminação no país nos próximos dois a três anos.

“É uma oportunidade muito boa para as cidades, que podem conseguir uma infraestrutura mais eficiente, e também para a Enel X, que tem a missão de ter uma posição de relevância no Brasil”, disse Scroffa, em entrevista à MegaWhat.

Ainda em 2020, a Enel X pretende participar da licitação da PPP de Belém (PA), prevista para 6 de novembro, e de Petrolina (PE), prevista para 18 de novembro. Também devem acontecer neste ano as licitações das PPPs de Sapucaia do Sul (RS) e Campinas (SP).

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Para a Enel X, o importante é apresentar a melhor proposta, com maior eficiência e custo mais competitivo. “Temos seriedade e um patamar alto de qualidade, estamos muito tranquilos em como entramos nesse negócio. A missão é ser o mais eficiente possível para ter a melhor proposta”, disse Scroffa.

No início outubro, a Enel X fazia parte do consórcio que levou a PPP de iluminação pública de Macapá, junto da Mobit e da Selt Engenharia, ao oferecer um lance de R$ 429,3 mil pela contraprestação mensal máxima, deságio de 61% em relação ao limite máximo estabelecido pelo edital. Em maio, a companhia levou a PPP de Angra dos Reis, com o mesmo consórcio, ao oferecer a receita mensal de R$ 327 mil, deságio de 31%.

Segundo Scroffa, as regras para projetos do tipo no Brasil estão mais robustas, fortalecendo a competição. “Uma área que pode ser melhorada é a estruturação dos planos de negócios para receitas acessórias, de tecnologia, para que fique muito claro o que será feito”, disse, se referindo ao edital.

No modelo das PPPs de iluminação pública implementadas no Brasil, o grupo vencedor da disputa se compromete a trocar as luminárias do município por LED, com ganho de eficiência e redução de custos, e esses investimentos são financiados por meio da Contribuição de Iluminação Pública (CIP) ou Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip), para pelos consumidores por meio da conta de luz.

Esse ponto de iluminação serve como passo inicial para modernização dos municípios, uma vez que a concessionária poderá, depois, oferecer outros serviços, como a captação de informações em nuvem, medição de temperatura e de emissão de gases poluentes e instalação de câmeras com reconhecimento facial. Tudo isso faz parte do conceito de cidades inteligentes.

Como a Constituição Federal define que a CIP só pode ser usada para iluminação pública, e não para outros serviços, a empresa vencedora da PPP precisa de outras receitas para custear os investimentos em cidades inteligentes.

“Isso está dentro do que se chama de receita acessória. Você tem a estrutura principal que é a modernização do parque de iluminação pública, mas pode desenvolver novas tecnologias com a mesma infraestrutura e a receita será compartilhada entre a prefeitura e os operadores”, explicou Scroffa. É o caso, por exemplo, do uso dos postes de iluminação para melhora da cobertura 4G e 5G no país. A operadora do parque de iluminação do município pode ceder o poste para as companhias de telecomunicações, em troca de uma receita, que será compartilhada com a prefeitura.

Além da iluminação pública, a Enel X considera grande o potencial do Brasil de uso de novas tecnologias e digitalização no setor elétrico. “O mundo está mudando, a geração de energia está mudando e ficando mais renovável e intermitente, que precisa de tecnologia para balancear os fluxos entre os grandes consumidores e geradores”, disse.

Por isso, a companhia desenvolveu uma ferramenta de flexibilidade na demanda, com o qual já é líder em mercados nos Estados Unidos e Japão, por exemplo. Como o Brasil é um exemplo de crescimento em geração renovável, a gestão do consumo é outro negócio potencial para o grupo.

“Estamos trazendo toda essa experiência que temos em outras áreas no mundo para o Brasil, falando com os reguladores, mostrando as vantagens da tecnologia”, disse.

A mobilidade elétrica também é um grande negócio potencial para a Enel X no Brasil. “Não temos dúvidas de que seremos líderes no Brasil e na América Latina”, disse Scroffa. “Transporte público é uma área que damos muita importância, pela questão da poluição”, disse.

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