
O presidente do Conselho de Política Industrial (Copin) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Leonardo de Castro, defendeu nesta semana o uso da energia para tornar o Brasil mais competitivo em todas as frentes ao ponderar que o país precisa tratar o insumo para além de uma commodity.
Para o executivo, o Brasil tem avançado na agenda energética com ações para ampliar o acesso das indústrias ao mercado livre de energia e diminuir as taxas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O assunto foi um dos destaques da primeira reunião do Copin deste ano, que tratou do futuro da agenda energética para uma indústria competitiva e sustentável. Em nota, o Copin destacou que o setor elétrico ainda passa por desafio e, por isso, o assunto foi escolhido como um dos principais temas transversais da CNI para a agenda de 2025.
“O Brasil precisa ter a preocupação de não fazer da energia só mais uma commodity. Pelo contrário, a gente tem que trazer a cadeia para cá e criar competitividade para ela”, disse Castro.
R$ 1 trilhão para o PIB
Na reunião, o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, apresentou um estudo da PwC Strategy & que aponta os caminhos necessários para que a transição energética seja um fator de transformação da sociedade e da economia brasileira.
Segundo a CNI, o estudo destacou que o Brasil tem condições privilegiadas para se tornar um hub global de descarbonização, especialmente diante da matriz elétrica limpa e do potencial para exportação de produtos industriais de baixo carbono. A realização da COP30 no Brasil também se apresenta como uma oportunidade única para firmar acordos internacionais e atrair investimentos para setores industriais sustentáveis.
O documento aponta ainda a necessidade de um pacto nacional envolvendo setor público, privado e sociedade civil, com a adoção de medidas estruturais, tais como desburocratização e simplificação tributária; regulação do mercado de carbono e criação de mecanismos de ajuste de fronteira; políticas para eletrificação industrial; redução do custo de capital e estímulo ao financiamento da transição; investimentos em infraestrutura e incentivo às cadeias produtivas nacionais; e diminuição dos encargos do setor energético para aumentar a competitividade da indústria.
Caso as medidas propostas sejam implementadas, o impacto sobre a economia nacional seria um acréscimo de R$ 1 trilhão ao Produto Interno Bruto (PIB), a criação de 3 milhões de empregos até 2030, um aumento de 10 GW médio no consumo elétrico e a redução de 100 milhões de toneladas de CO² na atmosfera.
“O Brasil está desperdiçando um potencial de energia competitiva. A nossa energia poderia ter 40, 50% a menos de custo se nós não carregássemos nas tarifas de energia custos que não têm mais natureza de energia e que tiram a sua competitividade da energia”, destacou Pedrosa.
(Com informações da Agência CNI de notícias)