Maior grupo privado de capital nacional do setor elétrico, a Energisa planeja expandir seu modelo de venda de energia solar distribuída para clientes residenciais para o Rio de Janeiro em 2021. A medida é um desdobramento da parceria que a companhia possui com o banco Inter e que já está em funcionamento em Minas Gerais.
O acordo entre as duas empresas permite que o banco Inter forneça aos clientes cadastrados no seu aplicativo a possibilidade de adquirir energia de fonte solar, na modalidade geração distribuída (GD), a partir de fazendas solares construídas pela Alsol, controlada pela Energisa. O modelo já está em operação para atendimento a consumidores residenciais e empresas em Minas Gerais.
“Já vendemos [energia solar distribuída em parceria com o Inter] para alguns clientes. Começamos há menos de 30 dias. Já avançamos. A demanda é muito grande. E nós estamos tentando expandir, precisamos colocar mais usinas em funcionamento”, disse o diretor presidente da Energisa, Ricardo Botelho, à MegaWhat. “Nós pretendemos vender para pessoa física no estado do Rio. Já começar com o Inter, com pessoa física no Rio de Janeiro”, completou.
Para expandir o modelo de GD compartilhada, a Energisa prevê investir R$ 200 milhões em 2021. Até agora, já foram aportados R$ 100 milhões no negócio. A empresa deve fechar o ano com 27 megawatts-pico (MWp) de capacidade instalada de fazendas solares para essa finalidade. Até o fim de 2021, a ideia é agregar outros 46 MWp, totalizando 73 MWp.
O negócio de GD compartilhada faz parte da estratégia da companhia voltada para os “4Ds” (descentralização, descarbonização, digitalização e diversificação). Nessa linha, a companhia está investindo na construção de uma plataforma digital para oferecer mais serviços aos clientes e permitir a participação de fornecedores.
“O que entendemos como uma oferta de energia 4D dentro de uma plataforma está primeiramente ancorada na nossa presença local e está muito sintonizada com as novas demandas de clientes, seja para consumir forma mais eficiente a energia, seja para consumir uma energia mais limpa. É uma plataforma em que podemos consumar transações, troca de serviços, interações sociais. E com isso criamos valor adicional para quem participa dessa plataforma”, disse o executivo. “Nós nos encaixamos mais como o operador desse ecossistema”.
Botelho explica que a companhia ainda está trabalhando no modelo de negócios da plataforma. “Ainda não temos isso completamente configurado. Mas em breve vamos ter. Estamos aqui intensamente desenhando o modelo de negócios”.
A criação da plataforma é o principal foco do grupo hoje, depois do investimento em redes de distribuição e transmissão. “Olhamos mais para esse lado de serviços e todas as soluções 4D que abrangem um monte de coisas, com muito mais possibilidade de crescimento, do que simplesmente olhar uma planta de geração”.
Em outra linha, a Energisa também pretende lançar em janeiro a fintech (empresa de produtos financeiros digitais) Voltz, junto com o Pix (sistema de pagamentos criado pelo Banco Central). Segundo Botelho, o lançamento da Voltz será gradativo e a expectativa é que o serviço esteja disponível em três grandes praças em até três meses.
“Queremos trazer esse aspecto de que é algo para fomentar a utilização da Voltz como meio de pagamento, como meio de microcrédito, como meio de gerenciar as finanças próprias, como meio de educação financeira”, completou Botelho.