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Eneva despacha 3 TWh em térmicas e tem corte de 91 GWh em solar no 3° tri

Despachos em quase a totalidade de ativos térmicos

Complexo Parnaíba - Divulgação Eneva
Complexo Parnaíba - Divulgação Eneva

As termelétricas da Eneva geraram 3.723 GW no terceiro trimestre do ano, aumento de 165% frente ao mesmo período do ano anterior, refletindo a necessidade de atendimento à ponta e a piora do cenário hidrológico. Segundo a companhia, no período ocorreram despachos em quase a totalidade dos seus ativos térmicos, com geração principalmente por ordem de mérito, acompanhando os níveis mais elevados de PLD.

Os destaques do período foram as usinas do Complexo Parnaíba, que tiveram 80% de capacidade utilizada no período, acima dos 31% registrados nos primeiros três meses de 2023, alcançando 3.236 GWh. Nas usinas a carvão, a capacidade usada saiu de 0% para 19%, a 298 GWh. 

Em contraste, a geração da termelétrica Jaguatirica, localizada em Roraima, único estado isolado do SIN, caiu de 73% da capacidade para 68%, com 189 GWh.

Já Porto Sergipe I e Termofortaleza, esta última sem contrato no momento, não registraram operação no período.  Em seu balanço operacional, a empresa ainda destacou que é a primeira vez desde a aquisição da UTE Porto Sergipe I, em 2022, que houve sinalização de despacho antecipado para o período de 30 de novembro a 20 de dezembro de 2024.

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Exportação

No trimestre, a Eneva registrou ainda a exportação de 832 GWh para a Argentina, por meio do complexo Parnaíba. Segundo a Eneva, em setembro houve sinalização de demanda por energia da Argentina, no entanto, as operações de exportação foram encerradas no parque em função do crescimento da necessidade de despacho no SIN, para o qual toda a geração de energia passou a ser direcionada.

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Curtailment na Eneva

A geração solar líquida da companhia, por meio do Complexo Futura, somou 357 GWh no trimestre, com disponibilidade média de 97,4%, frente aos 70,1% no terceiro trimestre de 2023, período em que o parque solar ainda se encontrava em fase final de construção.

A geração líquida foi 22,1% maior em comparação anual. A geração seria ainda maior se não fosse o curtailment de 91 GWh determinado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Segundo a Eneva, as restrições foram decorrentes de requisitos de confiabilidade elétrica e razão energética mais rígidos adotados pelo operador desde o evento de corte automático de carga em agosto de 2023.

Também contribuíram para os cortes a maior ocupação das linhas de transmissão, o início do período que sazonalmente apresenta maior incidência de geração eólica seguindo o padrão dos ventos e o aumento do despacho térmico em função da conjuntura atual do SIN, que vem demandando maior volume de energia firme.

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