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Eneva espera fechar primeiros contratos de gás no mercado livre em 2021

Maior geradora termelétrica privada e terceira maior concessionária de produção de gás natural do país – atrás apenas de Petrobras e Shell – a Eneva espera fechar este ano os primeiros contratos de comercialização de gás no mercado livre brasileiro. A meta da companhia é fornecer o insumo para consumidores localizados em sistemas isolados e que hoje utilizam diesel e óleo combustível em suas operações.

“Estamos prontos para fechar contratos no mercado de gás. Temos uma área dentro da comercialização dedicada a isso [mercado de gás natural]. Mais do que vender a molécula de gás para o cliente, a ideia é ser uma provedora de soluções energéticas customizadas”, afirmou a gerente geral de comercialização de gás e energia da Eneva, Camila Schoti, à MegaWhat.

A estratégia dedicada ao mercado de gás natural foi definida na esteira da reestruturação da área de comercialização de energia da Eneva, concluída no ano passado, e é baseada na perspectiva de abertura em curso do mercado de gás natural brasileiro, no aumento das reservas de gás da companhia em 2020 e na experiência logística para o fornecimento do energético em regiões isoladas.

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“A ideia é replicar o modelo Azulão-Jaguatirica para clientes industriais”, explicou Schoti. Na prática, esse modelo prevê a exploração e produção de gás no campo de Azulão, no Amazonas, para fornecimento à termelétrica de Jaguatirica II, em Roraima, por um corredor hidroviário e rodoviário. Ao replicar esse sistema, a companhia prevê atender clientes industriais nas regiões Norte e Nordeste do país, por meio do transporte de gás natural liquefeito (GNL) em caminhões.

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Segundo Schoti, esse modelo de negócios para o mercado livre é benéfico por três motivos. O primeiro é a expectativa de um custo mais baixo do gás natural, em relação ao óleo combustível e o diesel. O segundo é o potencial de redução de emissões de gases poluentes a partir da troca de combustível. Por último, a Eneva enxerga potencial de desenvolvimento econômico e social das regiões que passarem a adotar o gás natural.

“A ideia é dar opção para monetizar o gás de outras formas”, acrescentou a gerente. Segundo ela, além da produção própria, a companhia também poderá comprar gás natural de terceiros para fornecer a seus clientes. “Será quase como um hub”.

Além disso, a especialista destacou que a estratégia está alinhada aos critérios de “ESG” (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) que ganharam mais importância em 2020. “A pauta de descarbonização cresceu muito no ano passado”, observou ela.

Sem ter controlador específico, a Eneva tem como principais acionistas o BTG Pactual (22,93%) e o fundo Cambuhy, da família Moreira Salles (22,93%), a Velt Partners (5,59%), o Dynamo (5,02%) e a Atmos (5%). A companhia possui receita fixa anual de R$ 2,9 bilhões e 2,8 gigawatts (GW) de capacidade instalada, dos quais 78% operacional. Na área de gás natural, as reservas 2P (provadas e prováveis) da empresa somam 31,8 bilhões de metros cúbicos.

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