Expansão

Eneva firma seu primeiro contrato small scale com Copergás

Terminal de GNL da Eneva - Crédito Igor Matias (Governo de Sergipe)
Terminal de GNL da Eneva - Crédito Igor Matias (Governo de Sergipe)

Eneva assinou nesta quarta-feira, 24 de julho, seu primeiro contrato de fornecimento de gás natural no modelo small scale com a distribuidora de gás em Pernambuco, a Copergás. O acordo tem validade de três anos, a partir do início do fornecimento comercial, previsto para final de agosto de 2024, e atenderá as plantas de regaseificação da Copergás de Petrolina, com perspectiva de entrega de até 35 mil m³/dia de gás natural, e Garanhus, com expectativa de suprimento de até 5 mil m³/dia.

O gás natural será fornecido por meio das concessões da Eneva na Bacia do Parnaíba, que será responsável pelas operações de liquefação, transporte e regaseificação do gás natural liquefeito (GNL), esta última acontecendo nas duas plantas da Copergás, que serão operadas pela Eneva.

Em nota, a Eneva afirmou que a assinatura do contrato consolida o seu plano de expansão de comercialização de gás natural para terceiros e garante um fluxo de receita estável para a companhia ao utilizar parte da capacidade remanescente da planta de liquefação do Complexo Parnaíba.

“O acordo com a Copergás é de extrema relevância porque representa o primeiro contrato da Eneva com uma distribuidora no modelo de small scale. Este é um passo crucial para viabilizar a criação desse mercado fora da malha, o que é uma das prioridades estratégicas da companhia”, afirmou Marcelo Lopes, diretor-executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva.

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De acordo com Felipe Valença, diretor-presidente da Copergás, o contrato com a Eneva pode garantir reduzir os custos operacionais e garantir um ambiente um melhor custo tarifário para seus clientes.

“A chegada da Eneva está em linha com a estratégia da Copergás para garantir uma maior diversificação no suprimento de gás natural. Um dos grandes desafios do mercado de gás natural é a baixa competitividade entre supridores, por isso, através de nossas chamadas públicas, estamos constantemente abertos a novas soluções de suprimento. Com a parceria da Eneva, temos agora a oportunidade de contar com um novo supridor, o que não só fortalece a segurança do nosso processo de interiorização, mas também proporciona melhores condições comerciais”, disse Valença.

Eneva em Sergipe

No início desta semana, a Transportadora Associada de Gás (TAG) inaugurou simbolicamente o gasoduto que conecta o terminal de regaseificação da Eneva, em Barra dos Coqueiros, no Sergipe, à malha de transporte de gás natural.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico da Ciência e da Tecnologia do estado (Sedetec), Valmor Barbosa, a conexão representa o início do hub Sergipe no Nordeste, o que pode proporcionar segurança energética, por meio de uma das “maiores reservas de gás natural”.

“A ligação desse gasoduto do terminal de GNL à malha de transporte nacional vai possibilitar que novos usuários e novos supridores possam estar junto dessa atividade. Isso representa desenvolvimento para a região, para todos aqueles que precisam do gás natural, não só energética, mas também matéria-prima, a possibilidade de comercializar”, disse Barbosa.  

O CEO da TAG, Gustavo Labanca, por sua vez, disse que a conexão pode ajudar na distribuição do gás da Eneva para todo o sistema nacional. “Esse gás não fica aqui em Sergipe, o estado passa a ser um polo de comercialização de gás para todo o Brasil, disse Labanca.

Segundo a Eneva, a conexão torna a empresa o primeiro agente privado a se conectar à malha de transporte de gás. A companhia já tem contratos firmados com clientes industriais e geradores termelétricos, com capacidade de fornecimento de até 1.100.000 m³/dia.

Em discurso durante o evento, Lino Cançado, CEO da Eneva, destacou que a conexão viabilizou a entrada de mais um ofertante de gás na rede, aumentando a competitividade do gás natural no Brasil.

“O HUB Sergipe oferece o produto de flexibilidade, com capacidade de colocar gás na malha ao mesmo tempo que pode também consumir na geração de energia do nosso ativo termelétrico. É um marco especial para a companhia na entrada deste novo mercado. Marco para o país, pois é a primeira vez que um terminal de importação de GNL privado está sendo conectado à malha de um gasoduto, também privado, com assinatura de contratos com entes privados para fornecer gás e esse serviço ser oferecido para a sociedade”, destacou Cançado.

O executivo afirmou ainda que “além da importância desse gás, a Eneva tem um leilão de termelétricas, que provavelmente deve acontecer até o final deste ano, abrindo a possibilidade de expandirmos o nosso parque termelétrico aqui no estado de Sergipe, que hoje já conta com as usinas da Celse, mas tem projetos de expansão”, destacou Cançado.

O gasoduto da TAG

O gasoduto, que tem 25 km de extensão, cruza os municípios de Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas e Barra dos Coqueiros e possui capacidade para transportar 14 milhões de m³/de gás. A construção do gasoduto de interligação demandou um investimento de R$ 340 milhões e criou mais de 500 empregos, dos quais, 70% foram ocupados por trabalhadores sergipanos.

A empresa que conduziu as obras foi a Spiecapag Intech Engenharia e a ação faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. O governo estadual apoiou a construção do gasoduto por meio da concessão de incentivo fiscal, aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial de Sergipe (CDI), para aquisição dos tubos fabricados.

Segundo o Sedetec, o benefício, enquadrado no Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), reduziu os custos na aquisição do material e o valor do investimento para a obra, resultando em uma tarifa de transporte mais competitiva, o que “favoreceu a atração de operações para o terminal de GNL da Eneva”.