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Eneva inicia operação de GNL small scale no Parnaíba

Empresa já processa 300 mil m³ de gás por dia, quantidade suficiente para atender aos contratos vigentes, e deve dobrar capacidade ainda neste mês

Funcionário da Eneva no Complexo Parnaíba
Funcionário da Eneva no Complexo Parnaíba | Saulo Cruz/MME

A Eneva iniciou no último final de semana a operação em testes da planta de liquefação no Complexo Parnaíba. Atualmente, a operação acontece no primeiro trem da planta, que tem capacidade para processar e liquefazer até 300 mil m³ de gás por dia. Segundo a diretoria da Eneva, a quantidade é suficiente para atender aos dois contratos já iniciados, com a Copergás e com a Suzano. Ao longo do mês de novembro, o segundo trem deverá entrar em operação comercial, ampliando a capacidade da planta para 600 mil m³ de gás por dia.

“O início da produção da planta de small scale energy e da vigência dos primeiros contratos inauguram a operação de um novo modelo de negócio no Parnaíba, viabilizando a monetização do gás natural com volumes firmes e margens atrativas para a Eneva, ao mesmo tempo que propiciam os nossos clientes custos mais competitivos e redução da emissão de gases de efeito estufa em suas operações”, disse o presidente da Eneva, Lino Cançado, nesta quarta-feira, 13 de novembro, durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre de 2024.

O projeto de GNL small scale da Eneva prevê a transformação do gás extraído no Complexo Parnaíba em gás natural liquefeito (GNL), e já tem contratos firmados com a Copergás, Suzano e Vale.

“A companhia continua trabalhando para ampliar a carteira de clientes desta nova modalidade de monetização do gás do Parnaíba, seja com clientes industriais ou na substituição do diesel no transporte pesado de longa distância, onde já temos uma parceria estabelecida com a Virtu GNL, supridora do serviço de transporte com caminhões movidos a GNL que, por sua vez, já firmou seus primeiros contratos com empresas que escoam a produção do agronegócio brasileiro para o ponto de Itaqui, no Maranhão”, disse Cançado. A VirtuGNL e a Eneva têm uma joint-venture, a GNL Brasil, que atua na logística de entrega de gás natural em regiões sem gasodutos, fazendo o transporte, a estocagem e a regaseificação.

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O período também foi marcado pelo início dos primeiros contratos atendidos pelo Hub Sergipe, de titularidade da Eneva e que inclui a termelétrica Porto Sergipe e a unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural (FSRU, na sigla em inglês) Nanook. Segundo a empresa, os contratos com a Vale e com a UTE Porto Sergipe são atendidos “preferencialmente” pelo Hub Sergipe.

O relatório de resultados da Eneva mostra que o suprimento à Vale teve início em julho de 2024, apesar de ter sido divulgado pela mineradora apenas em novembro. Para a Copergás, o fornecimento será de até 40 mil m³ de gás por dia, ao longo de três anos, com início em agosto de 2024. Para a UTE Termopernambuco, a Eneva fornecerá até 2,4 milhões de m³ de gás por dia, em contrato vigente entre outubro de 2024 a julho de 2026 e que teve operação em teste no terceiro trimestre de 2024.

No total, a receita operacional líquida dos contratos de suprimento de gás (via small scale do Complexo Parnaíba à Copergás e Suzano, e dentro do grid com gás “preferencialmente” vindo do Hub Sergipe) totalizaram R$ 17,1 milhões no trimestre, com custos operacionais de R$ 14,3 milhões. Lino Cançado explicou que os custos tendem a se reduzir na medida em que os ajustes das operações em testes forem resolvidos.

Resultados

No terceiro trimestre de 2024, a Eneva teve lucro de R$ 102,7 milhões, revertendo prejuízo de R$ 86,9 milhões registrado há um ano. O Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ R$ 1,13 bilhão, com avanço de 27,2% na base anual.

A geração total de energia bruta nas usinas térmicas foi de 3,7 GWh, contra 1,4 GWh há um ano. O despacho médio foi de 39% no último trimestre, contra 14% no terceiro trimestre de 2023.

A geração solar do Complexo Futura totalizou 357 GWh, com avanço de 22,1% na base anual. Houve frustração na geração de 91 GWh, sobretudo pelos cortes determinados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). O curtailment impactou em R$ 17 milhões o Ebitda da Eneva no trimestre.