A Eneva concluiu a incorporação da Focus Energia em 11 de março deste ano, e prevê ampliar a sua participação nos leilões de energia nova A4, A-5 e A-6 de 2022 com esse novo portfólio de renováveis. A Focus trouxe um pipeline de cerca de 3,9 GWp em projetos renováveis para a Eneva, incluindo o Complexo Solar Futura 1, em construção, de 870 MWp.
Mas não só com renováveis a empresa pretende ampliar seu portfólio em 2022. Com a venda no leilão de Reserva de Capacidade de dezembro do projeto das UTEs Azulão (295MW) e Parnaíba IV (56MW), a Eneva também espera participar com termelétricas nos leilões de energia de reserva (setembro) e de reserva de capacidade na forma de potência (novembro).
Para esses certames, a empresa tem avançado com prioridade no atendimento do hub de gás natural. “A prioridade é avançar com a solução de engenharia, cotação e estimativas dos custos até a metade do ano, ou terceiro trimestre, para quando chegar no fim do ano, para o leilão de reserva de capacidade, a gente possa estar com os processos maduros para aproveitar os projetos comerciais”, disse Marcelo Lopes, diretor-executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negóciosda da Eneva durante teleconferência de resultados.
Quanto à possibilidade de exportação de gás de suas reservas, a empresa ainda pensa com cautela e espera pelos resultados do avanço exploratório, e algo dentro de um futuro de médio prazo.
Em dezembro, a Eneva teve a certificação de 6,88 bilhões de m³ de novas reservas (2P) de gás, sendo 5,6 bilhões de m³ na Bacia do Parnaíba, com a incorporação das novas reservas do Campo Gavião Belo, e 1,28 bilhão de m³ na Bacia do Amazonas, com a comprovação da extensão do campo de Azulão.
Considerando a produção anual acumulada de 2,15 bilhões de m³, a taxa de recomposição de reservas da companhia, já incluídas as de Parnaíba e Azulão, totalizou 321%, ao passo que a taxa de recomposição de reservas do Parnaíba foi de 264%.
Resultado
A Eneva encerrou o ano de 2021 com lucro líquido de R$ 1,173 bilhão, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. No resultado do quarto trimestre, o lucro foi inferior na comparação anual, com R$ 489,4 milhões frente a R$ 686,5 milhões no 4T20.
Segundo a empresa, a redução foi decorrente do aumento da despesa financeira líquida dos últimos três meses de 2021 e da constituição extraordinária de ativo fiscal diferido ocorrida no mesmo período de 2020, que não se repetiu e levou a um aumento nas despesas com impostos no 4T21
Já o Ebitda ajustado do 4T21 atingiu R$ 860 milhões, com crescimento de 40% frente ao 4T20, impulsionado principalmente pela alta expressiva do Custo Variável Unitário (CVU) das usinas a carvão e da UTE Parnaíba I, além da ampliação das margens fixas das usinas e pela reversão de impairment realizada em Itaqui.