A Eneva registrou uma geração total de energia bruta de 1.178 GWh no primeiro trimestre de 2025, volume 431 GWh inferior ao mesmo período de 2024. De acordo com comunicado da companhia, a redução foi provocada, principalmente, por restrições no intercâmbio de energia entre as regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste, em razão da indisponibilidade de linhas de transmissão dado o incidente do bipolo Xingu-Terminal Rio.
Dentro da geração térmica, a Eneva alcançou 841 GWh, abaixo dos 1.252 GWh na comparação anual, decorrente da impossibilidade de despacho das UTEs do complexo Parnaíba devido ao incidente no bipolo, com impacto na geração para exportação de energia para a Argentina em um período de alta demanda.
A indisponibilidade do bipolo Xingu também afetou o desempenho do complexo Solar Futura 1, cuja geração líquida totalizou 334 GWh, representando uma queda de 17,6% na comparação anual. Apesar da retração, a Eneva destacou que houve uma redução nos volumes de geração frustrada por restrições do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante o trimestre.
Segundo a companhia, os cortes de geração (curtailments) relacionados às restrições operacionais do ONS somaram 81,1 GWh no 1T25, impactando tanto a geração renovável quanto a geração térmica de agentes do setor elétrico.
Térmicas da Eneva
A redução de produção no Complexo Parnaíba foi parcialmente compensada pela térmica Jaguatirica II, que registrou uma geração líquida de 211 GWh, valor ligeiramente inferior ao do mesmo período do ano anterior.
A geração de energia para exportação somou 170 GWh líquidos pelas UTEs do Complexo Parnaíba, sendo 111 GWh negociados via contratos bilaterais e 60 GWh comercializados no mercado de curto prazo (PLD), correspondentes ao volume excedente.
Já nas UTEs Lorm, Lorm 1, Viana 1 e Povoação 1, movidas a gás, a geração totalizou 4 GWh. Desse total, 1 GWh foi gerado em Linhares, durante um teste de comprovação de disponibilidade realizado em março. As usinas contratadas no Procedimento Competitivo Simplificado (PCS) — Viana 1, Povoação 1 e LORM 1 — somaram 3 GWh, decorrentes de despachos por restrição elétrica e por inflexibilidade operacional.
No caso da UTE Itaqui, movida a carvão, a geração líquida foi de apenas 2 GWh no período, resultado da conclusão de manutenção corretiva no gerador.
Produção de gás natural também recua
No primeiro trimestre de 2025, a produção de gás natural da Eneva foi de 0,20 bilhão de metros cúbicos (bcm). Desse total, 0,15 bcm foram produzidos no Complexo Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, com destino ao suprimento da UTE Jaguatirica II.
O volume produzido no Parnaíba caiu 0,05 bcm em relação ao primeiro trimestre de 2024, reflexo da menor demanda das termelétricas, impactadas pela redução dos despachos para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e à exportação de energia, em função das limitações operacionais no escoamento via bipolo Xingu.