A eólica Oitis 8, operada pela Neoenergia no município de Dom Inocêncio, no Piauí, teve suspensas as operações das unidades UG1 e UG5, de 5,5 MW cada, pelo mesmo motivo: rupturas das pás, ambas fabricadas pela LM Wind Power, subsidiária da GE – que é responsável pelos aerogeradores do complexo.
O primeiro incidente foi em 26 de dezembro de 2022, quando ocorreu o rompimento de uma das pás do aerogerador da UG5, a poucos metros da nacele. A parte desprendida caiu ao solo, sem causar danos a outros equipamentos e nem vítimas. Desde então, a Neoenergia, operadora do complexo, enviou algumas correspondências à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) atualizando sobre o caso, e a previsão mais recente aponta a retomada da operação da unidade em agosto.
“Até o momento, trabalha-se com a hipótese de que a causa raiz do dano tenha sido falha no procedimento de transporte da pá. Esta linha de investigação está em aprofundamento pelo fabricante”, diz um dos documentos, aos quais a MegaWhat teve acesso.
Em janeiro, a Neoenergia realizou a primeira atualização sobre a indisponibilidade prolongada e não seguindo o plano de substituição das pás avariadas e testes do aerogerador apresentado pelo fabricante.
No início de março, a previsão passou para 28 de junho e, na terceira revisão do plano de substituição das pás apresentada pela LM Wind, comunicada em 27 de junho, a Neoenergia postergou o retorno da operação para 31 de agosto.
Em 29 de junho, a companhia comunicou outra ocorrência grave à Aneel: o colapso de uma das pás da unidade UG1. Nesse caso, ainda não há previsão de retorno à operação, já que a investigação dos motivos ainda está sendo conduzida.
Os fornecedores do parque da Neoenergia são a GE, para o aerogerador, e a LM Wind Power, para a pá eólica. A última, também fornecedora da Engie Brasil, e que também reportou a avaria em uma das pás da LM no complexo eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte.
Segundo fontes, a pá avariada no complexo da Engie tinha sido fabricada na Índia e importada pela companhia, enquanto as pás do complexo Oitis foram fabricadas no Brasil, na unidade da LM em Pernambuco.
Em nota, a Neoenergia informa que cumpriu todas as providências determinadas Aneel, incluindo o envio imediato das informações sobre a ocorrência para dar prosseguimento aos trâmites previstos.
“A companhia acrescenta que todas as ações corretivas já foram aplicadas. Os fornecedores envolvidos, responsáveis pela fabricação dos aerogeradores e das pás eólicas, foram acionados e iniciaram imediatamente um processo de investigação. A companhia segue acompanhando o caso com atenção”, disse a empresa.
Já a GE informou que concluiu o processo de investigação e implementou ações corretivas e de contenção para todas as pás em operação e em trânsito. “Estamos priorizando a entrega e comissionamento de todas as outras turbinas, já que estamos fornecendo um total de 103 unidades para o Complexo Eólico Oitis”, diz a nota.
O complexo eólico Oitis será formado por 103 aerogeradores, somando 567 MW, e está localizado entre os estados da Bahia e do Piauí. Todos os aerogeradores e pás são da GE e da LM Wind Power, respectivamente.