O desenvolvimento da fonte eólica offshore e da indústria de hidrogênio de baixo carbono no Brasil é uma oportunidade para que o país contribua mais fortemente com a agenda da transição energética global, afirmou Élbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), durante o evento Brazil Windpower.
Nos últimos anos, a troca da matriz energética da indústria ajudou a impulsionar a fonte eólica onshore, que carecia de demanda para crescer, explicou Gannoum.
“No curto, médio prazo, vamos atender a indústria ávida por contratar nossas renováveis, não só por ser uma fonte limpa, mas por ser extremamente competitiva”, disse ela, ao participar de um painel do evento, que é organizado pela Abeeólica, em parceria com o Canal Energia e com o Global Wind Energy Council (GWEC).
Depois disso, a oportunidade do set estará no desenvolvimento do hidrogênio verde para exportação. Segundo Gannoum, com a eólica offshore, a indústria vai permitir a continuidade da trajetória de crescimento do setor, além do desenvolvimento de novas tecnologias.
A eólica offshore e o hidrogênio de baixo carbono são também oportunidades de crescimento para a América Latina e o Caribe, segundo Alfonso Blanco, diretor-executivo da Organização Latino-Americana de Energia (Olade).
Na América Central e no Caribe, por exemplo, onde não há terra suficiente para desenvolvimento da eólica onshore, a offshore pode acelerar a transição energética, disse Blanco.
Não é necessário aguardar o esgotamento da fonte onshore para iniciar o desenvolvimento da offshore, disse Gannoum. Para ela, as novas tecnologias devem ser usadas como instrumento de crescimento e desenvolvimento econômico, além de acelerar a transição energética.
“O investimento em eólica offshore significa diversificação da nossa matriz, uma fonte de energia a mais, além de ser um fator de desenvolvimento da política industrial, uma indústria que é altamente complexa e pode trazer muitos benefícios à economia”, disse Gannoum.