O setor elétrico será responsável por 26% das contratações globais do primeiro trimestre de 2024, queda de 5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. A previsão é da pesquisa realizada pela Manpower group sobre as perspectivas de emprego, dificuldades, necessidades e prioridades das empresas nos primeiros três meses do ano.
Segundo a análise, a queda pode ser justificativa pela dificuldade de 71% das empresas do setor em encontrar profissionais qualificados. A Manpower entrevistou cerca de 40 mil empregadores em 41 países em outubro de 2023, sendo 1.050 brasileiros.
Para lidar com a falta de profissionais, o presidente e CEO do Manpower group, Jonas Prising, afirma que as empresas de diferentes setores, incluindo o de energia, estão tomando medidas para manter seus funcionários e “lutando” para encontrar novos profissionais.
Os dados da pesquisa ainda sugerem que 65% das organizações estão comprometidas em oferecer opções de trabalho flexíveis, 30% em aumentar os salários, enquanto 28% buscam novos funcionários. As ações visam ampliar a vantagem competitiva e atrair outros trabalhadores, mediante canais de divulgação e/ou de “boca a boca”.
A adoção da inteligência artificial também é apontada por Prising como uma das dificuldades dos empregadores, que estão focando em treinamento de pessoal, na redefinição de funções e na “descoberta de talentos” qualificados, que saibam operar ferramentas tecnológicas para lidar com a nova realidade.
Os debates sobre sustentabilidade e mudanças climáticas também estão impactando as empresas, que estão em busca de práticas mais sustentáveis, e estimam que pelo menos 54% das competências técnicas dos profissionais precisarão evoluir para acompanhar a transição energética global.
Entre os países, com mais dificuldades em novas contratações, o Japão aparece com 85%, seguido por Alemanha, Grécia e Israel, todos com 82%. O Brasil surge na 11° posição da lista, com 80%, sendo que a média global ficou em 75%.
Dados gerais
O Manpower group projeta mais contratações na América do Norte (34%), seguida pela Ásia (30%), Américas do Sul e Central e Europa (28%), Oriente Médio e África (23%). Entre os países, o relatório aponta uma média global de 26% nas contratações, com a Índia e Holanda (37%) e Costa Rica e Estados Unidos (35%) na liderança. Já o Brasil aparece na décima posição do ranking, com 32%.
Empresas da Hungria (20%), Polônia (18%) e dos Países Baixos (17%) reportaram aumentos anuais nas contratações, enquanto o Panamá (-18%), Israel (-11%) e Argentina e Peru (-10%) registrarão quedas.
“A pesquisa revela que, embora confiança na contratação dos empregadores tenha moderado ligeiramente em meio à economia global, o mercado de trabalho permanece apertado e a procura por funcionários qualificados ainda é forte em vários setores”, destacou Jonas Prising no relatório.