A Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou o rating nacional de longo prazo da fabricante de pás eólica Aeris Energy (AERI3) de ‘AA-’ ‘ para ‘A+’. A perspectiva é negativa.
Ao justificar a mudança na nota de crédito, a agência disse que o rebaixamento reflete o desempenho da empresa na produção de pás de rotores para aerogeradores, devido às incertezas no seu modelo de negócios.
“A companhia apresenta dificuldades operacionais na execução de seus contratos, e os novos projetos de energia eólica têm se mostrado menos competitivos no Brasil – o que se reflete em frustração recorrente das expectativas de evolução da carteira de contratos (backlog)”, diz análise da Fitch.
A Fitch citou a projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) de que o aumento médio anual de capacidade instalada da fonte eólica no país deve ficar em torno de 9,6% até 2025, frente à expansão média anual de 16,3% de 2025 a 2021, o que pode impactar os resultados da Aeris Energy.
Para a agência de ratings, a alavancagem financeira da companhia permanecerá em patamares elevados, em face de um cenário de taxas de juros altas, o que pressionará o fluxo de caixa. No entanto, a Fitch acredita que a Aeris Energy deve apresentar caixa e aplicações financeiras suficientes para honrar as amortizações de dívida até 2024, o que reduz a necessidade de novas captações de recursos a médio prazo.
Em 2022, o presidente da empresa, Bruno Vilela, disse que vai apostar em estímulos do governo Biden para aumentar a demanda da companhia neste ano. No início de 2023, com o término do mandato de Vilela, o comando da Aeris foi assumido por Alexandre Negrão – que tinha deixado o cargo em abril de 2021, depois de três anos e meio, por questões pessoais.