Empresas

Gestão privada pode destravar mais de R$ 70 bi em valor para Eletrobras, diz Santander

Gestão privada pode destravar mais de R$ 70 bi em valor para Eletrobras, diz Santander

A privatização da Eletrobras deve destravar mais de R$ 70 bilhões em valor para a Eletrobras, por meio de medidas de redução de custos e pelo menor custo de capital da empresa, segundo relatório do Santander enviado a clientes e assinado pelos analistas Andre Sampaio, Guilherme Lima e Julia Zaniolo. Os analistas introduziram um novo preço-alvo de R$ 72,86 para as ações preferenciais classe B, um potencial de valorização de 53,94% em comparação com o fechamento dessa sexta-feira, 29 de julho, de R$ 47,33.

No documento, os especialistas escreveram que esperam que a nova administração da companhia, que deve ser definida depois de 5 de agosto – data da eleição do novo conselho de administração -, deve se concentrar na redução de custos gerenciáveis, com potencial de redução de custos de R$ 40,9 bilhões. A redução do custo de capital pode destravar mais R$ 31,5 bilhões para a companhia.

Eficiência e riscos 

Apesar da melhora nas despesas com pessoal, materiais, serviços e outros (PMSO) nos últimos cinco anos, a Eletrobras continua ineficiente, na visão dos analistas do Santander, que apontam uma oportunidade de turnaround da empresa privada, sob nova gestão. Os analistas consideram uma redução de custos para patamares próximos aos dos principais concorrentes da companhia no mercado, e apontam que os gastos com PMSO podem ser reduzidos em mais de 50% nas suas principais subsidiárias e na holding.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

A falta de visibilidade sobre os riscos de longo prazo assumidos pela companhia enquanto estatal e a limitação nos detalhes sobre a geração de fluxo de caixa são fatores que ajudaram a desvalorizar a Eletrobras nos últimos anos, mas os analistas apontaram que, privatizada, a nova administração poderá detalhar esses números, permitindo que o mercado avalie de forma apropriada cada um de seus negócios.

Na visão dos analistas, os principais riscos aos quais a companhia está exposta contingências ainda não provisionadas, como as referentes aos empréstimos compulsórios; a exposição ao GSF e as incertezas dos preços de energia de longo prazo; riscos regulatórios e políticos, já que o governo ainda detém 42,7% das ações da companhia; e os rumos da Eletronuclear e da usina Angra 3, uma vez que a companhia ainda tem 35,9% das ações ordinárias da subsidiária de geração nuclear e há incertezas sobre a conclusão das obras da usina inacabada.