A Cesp obteve prejuízo líquido de R$ 18,1 milhões no segundo trimestre deste ano, ante o lucro de R$ 137,8 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Naquele trimestre, a companhia tinha registrado um ganho de R$ 134 milhões pela reversão de contingências, o que ajudou a impulsionar o resultado, e isso não se repetiu em 2021.
A companhia também sofreu com os impactos da crise hídrica e o GSF. No trimestre, as três hidrelétricas da Cesp geraram 768 MW médios, retração de 20% ante o mesmo período de 2020, quando a geração foi de 957 MW médios.
Em decorrência das revisões recentes da garantia física das suas usinas, por conta das medidas de flexibilização das hidrelétricas do rio Paraná, a Cesp tinha um balanço energético estruturalmente deficitário para 2021 e 2022, que vem sendo equalizado sistematicamente.
Frente ao cenário, a Cesp comprou 371 MW médios de energia para 2021, um incremento de 17% em relação ao final de 2020. O preço de compra atualmente é de R$ 239/MWh, 17% acima do preço de compra de 2020 e 18% acima do preço do primeiro trimestre do ano.
Com essas aquisições, seu balanço energético se mostra equalizado em 2021, mas sua gestão continua atenta para mitigar efeitos que possam ser mais desafiadores que os estimados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Para 2022, a companhia já comprou 97% da energia necessária para equacionar o déficit.
Os custos e despesas operacionais do segundo trimestre do ano somaram R$ 393 milhões, aumento de 109%, refletindo, principalmente, o aumento do custo de compra de energia de R$ 60 milhões, e a despesa de R$ 34 milhões com contratos futuros de energia, sem efeito caixa.
A receita operacional líquida da Cesp somou R$ 525,1 milhões, aumento de 8% na comparação trimestral. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 42%, para R$ 229,6 milhões.