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Incertezas marcam comando de Eletrobras e Petrobras nas próximas semanas

As duas principais estatais do setor de energia do país passarão por momentos de incertezas nas próximas semanas com relação às respectivas presidências. No caso da Petrobras, ainda não está claro se Roberto Castello Branco, cujo contrato termina em 20 de março, ficará no cargo até que o general Joaquim Silva e Luna assuma o posto, após a assembleia de acionistas marcada para 12 de abril. Já na Eletrobras, ainda não foi batido o martelo sobre o nome do substituto de Wilson Ferreira Junior, que deixará empresa na próxima semana.

Após uma crise gerada pelo aumento recente dos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro decidiu não renovar o contrato de Castello Branco à frente da petrolífera. E anunciou o nome do atual diretor-geral da parte brasileira de Itaipu, Joaquim Silva e Luna, para substituí-lo.

O fato é que, pelo estatuto da Petrobras, o presidente da companhia precisa ser integrante do conselho de administração. A União indicou então Silva e Luna e outros nomes para o conselho, em assembleia de acionistas a ser realizada em 12 de abril. A dúvida no mercado é quem ficará na presidência da Petrobras até a posse de Silva e Luna.

Segundo uma fonte ouvida pela MegaWhat, há um entendimento no conselho de administração da Petrobras de que Castello Branco não precisa necessariamente deixar o cargo em 20 de março. Nesse caso, ele permaneceria na presidência até a chegada do novo presidente.

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Não há sinais, porém, de que o governo trabalha com essa hipótese. Para o presidente Jair Bolsonaro, Castello Branco deixará o cargo em 20 de março. De acordo com o estatuto da Petrobras, no caso de vacância do cargo de presidente, o presidente do conselho de administração, hoje o almirante Eduardo Bacellar Leal, deverá indicar o substituto dentre os demais membros da diretoria executiva até a eleição do novo presidente.

Para um especialista do setor de petróleo e gás, no entanto, a maior preocupação com relação à Petrobras é se a nova gestão manterá o programa de desinvestimentos e principalmente a atual política de preços de combustíveis, alinhada à paridade de preço de importação.

Se há incerteza no caso da Petrobras, a situação na irmã Eletrobras não é diferente. Nem o governo, nem o conselho de administração da companhia sinalizaram oficialmente um nome para substituir Ferreira, que deixará a presidência da companhia na próxima semana para assumir a presidência da BR Distribuidora.

Segundo uma fonte ouvida pela MegaWhat, a tendência é que um diretor da companhia assuma internamente a presidência da empresa na próxima semana. Um nome potencial é o da diretora Financeira e de Relações com Investidores da companhia, Elvira Presta.

De acordo com o estatuto social da Eletrobras, no caso de ausência do presidente da empresa, o conselho de administração deverá indicar um substituto dentre os demais diretores da companhia.

Procurada pela MegaWhat, a Eletrobras informou que “caso o processo de escolha do novo CEO não seja finalizado até a data de saída do atual presidente, o estatuto social da Eletrobras estabelece a forma de escolha de seu presidente em caso de vacância, que poderá ocorrer entre os integrantes dos seus órgãos de governança interna”.