O mercado reagiu mal à decisão de quatro integrantes do conselho de administração da Petrobras de recusarem o convite de recondução para os respectivos cargos, na próxima assembleia de acionistas, ainda a ser marcada. Às 11h53, as ações ordinárias da petroleira recuavam 3,47% (R$ 21,15), enquanto as ações preferenciais eram negociadas em queda de 4,23% (R$ 21,06).
Na última terça-feira, 3 de março, a Petrobras informou que os conselheiros João Cox Neto, Nivio ZIviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho recusaram o convite para serem reconduzidos. Os dois primeiros alegaram motivos pessoais para a decisão. Cunha, por sua vez, explicou que sua decisão foi baseada nas recentes medidas tomadas pelo governo, que decidiu não renovar o contrato do atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco.
“Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados as alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como conselheiro”, afirmou Cunha, em sua manifestação por escrito. “A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial”, completou.
De acordo com o Credit Suisse, a recusa dos quatro conselheiros tem efeito negativo. Em relatório, assinado por Regis Cardoso e Marcelo Gumiero, a casa de análise diz acreditar que essa decisão pode levar a uma maior influência do governo na Petrobras, dependendo do nos mês que sejam eleitos para o conselho.